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Integrantes do CBJr. definem ano sem Chorão: Foi um pesadelo

Thiago Castanho e Marcão Britto ainda não superaram a morte de Chorão.Integrantes relembram os bons momentos do grupo que não existe mais

A morte de Chorão não causou um ano triste apenas para familiares e fãs do cantor. Segundo os integrantes do Charlie Brown Jr., o falecimento do ex-líder da banda foi responsável pelo pior momento de suas vidas. Esta é a definição utilizada pelos guitarristas do grupo, Thiago Castanho e Marcão Britto, que foram dois dos responsáveis pela criação da banda e lamentaram muito o ano sem o amigo Chorão, considerado por ambos como um pesadelo.

Marcão Britto começou a tocar no Charlie Brown em 1992. Muito amigo de Chorão e pensando no desenvolvimento da banda, ele também foi responsável pela integração de Castanho ao grupo, pois ele havia sido seu aluno em uma escola de guitarra.

Inesperada, a morte do fundador da banda prejudicou o seguimento da vida dos outros integrantes. Para Marcão, a tristeza de ter perdido o amigo foi muito grande e dura até hoje. “É uma sensação terrível. É inexplicável. A gente convivia muito mais tempo juntos do que com as nossas próprias famílias. Foi uma perda muito grande, irreparável. Ele era um cara muito legal, amoroso, trabalhador e que sempre acreditou nos seus ideais. Na verdade, é algo muito difícil de entender”, afirma.

Para Marcão, a lacuna deixada pelo amigo não será preenchida no cenário musical brasileiro. “Ele é insubstituível. O Chorão construiu esse espaço na música e não tem como alguém preencher. É da mesma forma para a gente. Quando eu recebi a notícia da morte dele foi um choque grande. Eu fiquei meio anestesiado. Achamos que foi um pesadelo, que a qualquer hora você vai acordar e vai ver que é mentira. São momentos horríveis. Eu diria que foram os piores dias da minha. Ele era um grande parceiro, tinha um coração de ouro, e nós lutamos juntos, mudamos a nossa vida juntos. Até hoje estou tentando me acostumar com a ausência dele, mas eu sei que nunca vou me acostumar com isso. Nós precisamos seguir a vida porque temos filhos. Só que essa é uma lacuna irreparável, um vazio que ficou“, diz.Apesar disso, um dos fatores que, de alguma forma, confortam o guitarrista, é saber que a história de Chorão está preservada e que muitas pessoas ainda lembram das mensagens deixadas por ele em suas canções. “Ele sempre passou essa ideia de acreditar nos seus sonhos. Ele tinha isso muito forte e era algo que passava para quem estava junto com ele. Além disso, muitas vezes, nas ruas, ouvíamos pessoas dizendo que uma letra dele havia mudado as suas vidas e o Charlie Brown Jr. tinha essa marca muito forte”, destaca.Entretanto, Marcão ressalta que a obra do vocalista ganhou proporções ainda maiores depois da sua morte. “Ele sempre foi muito querido mas, infelizmente, parece que quando a pessoa parte, existe essa coisa natural do ser humano de valorizar ainda mais. Porém, eu creio que ele está no lugar que lhe pertence na história da música e, lá de cima, ele está olhando isso tudo, feliz. Estou com ele na mente, no pensamento e no coração. Eu tenho certeza disso”, comenta.CastanhoDos 21 anos de Charlie Brown Júnior, Thiago Castanho esteve presente em 15 deles. O guitarrista entrou para o grupo em 1992, saiu em 2005 e retornou em 2011, ficando até o fim da banda. Durante esse tempo de banda, a amizade com Chorão foi intensa e o ano sem o companheiro de banda foi bastante difícil, segundo o guitarrista. “Com certeza foi o ano mais difícil da minha vida. Tudo o que eu construí em termos musicais e em termos de amizade deu uma reviravolta. Eu perdi o maior parceiro que eu já tive na minha vida, não só na música, mas na minha vida pessoal. Tudo que eu tive eu realizei com o Chorão. Foram mais de 5 milhões de discos vendidos. A gente tocou no Brasil inteiro”, lembra.Para Castanho, o apoio da família foi o principal motivo para que o guitarrista conseguisse suportar a perda de Chorão. Eu pensei em parar, em dar um tempo para a minha cabeça. Queria dar mais atenção para a minha filha, que inclusive é afilhada do Chorão, e para minha família, aponta.Sobre a saudade que sente do amigo, Castanho conta que em todos os momentos sente falta de Chorão. Segundo ele, a união do grupo ficou maior a partir do momento em que eles tiveram que reconstruir a banda. Tenho muita saudade de ligar para a casa do Chorão e trocar aquela ideia. Todos saíram da banda e eu me uni com o Chorão para que a banda continuasse e, mesmo assim, a gente conseguiu fazer diversas músicas que deram certo, conclui.

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