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Jovem suspeito de gerenciar tráfico é preso em casa de luxo

Leandrinho, 23, estava à beira da piscina quando foi detido, em Goiânia.Ele também é investigado por ligação com 14 homicídios no estado.

A Polícia Civil apresentou, nesta terça-feira (27), Leandro Gonçalves Cândido, de 23 anos, suspeito de participar de 14 homicídios qualificados e de ser o gerente de uma das principais quadrilhas de tráfico de drogas em Goiânia, comandada por Iterley Martins, que já está preso. O jovem foi detido à beira da piscina da casa da mãe dele, uma residência de luxo no Setor Vereda dos Buritis

Ele é um dos mais violentos da quadrilha, o que mais tem homicídios, o que mais se envolveu em confronto com a Polícia Militar. Ele é o número dois da organização criminosa que comanda o tráfico da região sudoeste, disse ao G1 o delegado adjunto da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc), Miguel da Mota.

Conhecido como Leandrinho, o jovem negou à polícia a autoria dos crimes. Foragido desde maio por um homicídio, ele estava há três meses morando em São Paulo.

Segundo o delegado, o jovem chegou domingo (25) à capital goiana e foi preso na tarde do dia seguinte, antes que voltasse à capital paulista.

Acreditamos que ele veio para coordenar as ações do grupo. Ele é o gerente,  ele organiza, não põe a mão na droga, pois tem quem transporta, quem refina. Ele ia embora hoje de volta para São Paulo, explicou Miguel.

A casa da mãe de Leandrinho tem dois andares, área de piscina e churrasqueira. Os policiais não prenderam a mulher, pois não há indícios de envolvimento dela com o tráfico de drogas, apesar de a residência ser ponto de encontro do grupo.

Leandrinho estava à beira da piscina quando foi surpreendido pelos policiais (Foto: Divulgação/ Polícia Civil)

Leandrinho já havia sido preso em 2013 com 10 kg de cocaína. Ele foi solto no mesmo ano, após cumprir pena.

Gerente da quadrilhaO jovem foi localizado pouco mais de um mês depois da prisão do líder da quadrilha, Iterley Martins, em setembro, no Ceará. Na época, o traficante foi trazido de avião à capital goiana. Desde então, ele está detido no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital.

De acordo com a Polícia Civil, Leandrinho é primo de Iterley, mas ele o considera como um tio, pois foram criados juntos. Porém, em depoimento à polícia, o jovem afirmou que não se relacionava mais com o “tio”.

Leandrinho será indiciado por tráfico e associação ao tráfico. O delegado informou que o inquérito deve ser concluído em dez dias.

Segundo o delegado, Leandrinho é suspeito de associação criminosa em sete assassinatos, além de ser apontado como o autor de outros sete homicídios. Os casos estão a cargo da delegada Mirian Vidal, da Delegacia Estadual de investigações de Homicídios (DIH). Procurada pelo G1, ela disse que não vai se pronunciar sobre as execuções.

A organização criminosa que o jovem pertence é investigada há cerca de dez meses pela Denarc, ação que foi denominada de Operação Hydra. De acordo com a apuração, a quadrilha disputa o comércio de drogas com a quadrilha comandada por Tiago “Topeti”, que está preso no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.

Disputa pelo tráficoA briga entre as organizações começou após um dos integrantes da quadrilha de Iterley ter executado um rival. Conforme o delegado, a disputa pelo tráfico entre esses grupos gerou diversos homicídios.

De acordo com os investigadores, a maioria dos integrantes da quadrilha de Topeti está presa, o que enfraquece o grupo. Com as detenções de Iterley e Leandrinho, a polícia espera que a quadrilha deles também perca força.

Esperamos que essa guerra e essa série de homicídios acabe. Agora, eles viram que o cerco está fechando para o lado deles. Então eles vão dar um tempo nesses tiroteios, nessa vontade de querer matar um ao outro o todo tempo. Estamos reprimindo o tráfico drogas, opina o delegado.

O investigador afirma que há um mandado de prisão em aberto contra outro importante integrante da quadrilha, Alexandre Gonçalves de Deus, conhecido como Nice. Além dele, a polícia busca prender outros dez membros da organização até o final do ano.

Leandro Gonçalves Cândido está preso em Goiânia (Foto: Paula Resende/ G1)

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