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Manifestantes deixam sede do Incra em MS após decisão da Justiça

Delegado da PF apresentou o mandado de reintegração nesta quarta (23).Grupo deixou o local e negou qualquer dano ao prédio em Dourados.

Manifestantes ficaram três dias no prédio do Incra em MS (Foto: Divulgação / MSTB)

Cerca de 100 pessoas deixaram a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Dourados, a 214 km de Campo Grande, no início da tarde desta quarta-feira (23). Os manifestantes ficaram no local três dias e, neste período, realizaram a capina e a limpeza do prédio. Não houve expediente neste período.

Segundo o coordenador do Movimento dos Sem-Terra Brasileiros (MSTB), Antônio Cruz, o grupo recebeu a visita de um delegado da Polícia Federal (PF), por volta das 13h30 (de MS).

“Eles nos apresentaram um mandado de reintegração de posse e ainda nos disseram que era um pedido de urgência, já que tínhamos ocupado o local com violência. Isso não ocorreu, tanto que fizemos a limpeza a ainda o deixamos intacto”, afirmou ao G1 Cruz.

Na ocasião, o coordenador do movimento disse que convidou o delegado a permanecer e verificar que nada havia sido danificado. “As pessoas retornaram para as suas casas e agora aguardamos o cumprimento da portaria 04. A lei diz que todo devedor acima de R$ 50 milhões terá os seus patrimônios destinados para a Reforma Agrária. O Bumlai [pecuarista José Carlos Bumlai] é um deles, então queremos apenas o cumprimento da lei”, finalizou o coordenador.

EstruturaPara as estadias, os manifestantes levaram colchões, redes e também alimentos. Eles pedem que as propriedades São Marcos e Santa Inês, no sul do estado, sejam destinadas para a reforma agrária. As fazendas pertencem ao pecuarista que foi preso na Operação Lava Jato.

A reportagem entrou em contato com os advogados de Bumlai para saber sobre a situação das fazendas reivindicadas pelos sem-terra, mas eles estão viajando e não deram retorno.Por meio de nota, o Incra informou que está fazendo um levantamento para saber quantas famílias estão acampadas em Mato Grosso do Sul.

O órgão disse ainda que vai fazer vistoria em fazendas que possam integrar os programas nacionais de reforma agrária, mas não informou quanto tempo pode demorar para terminar o levantamento e o trabalho de vistoria nas propriedades rurais.

Os manifestantes pedem agilidade no processo de desapropriação de fazendas para a reforma agrária e também no cadastramento de quem está à espera de um lote. Segundo os coordenadores de movimentos, são cerca de 2.800 famílias. O grupo promete ficar em frente à sede do Incra por tempo indeterminado.

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