Buscar

Mão humana é mais primitiva que a dos macacos, segundo estudo

Um punho para se defender, um polegar e dedos em forma de pinça para executar tarefas minuciosas: a mão do homem parece sofisticada, mas poderá ser bastante menos «evoluída» do que a mão dos macacos,

Cientistas norte-americanos e espanhóis descobriram que a mão humana seria mais primitiva do que a de seu primo mais próximo no reino animal (com o bonobo): o chimpanzé.

De facto, a mão do homem seria mais semelhante à mão do último ancestral comum entre homo sapiens (homem moderno) e macacos, que viveu há diversos milhões de anos.

«Este trabalho mostra que a estrutura da mão do homem moderno é primitiva em grande parte, mais do que o resultado da selecção natural» que teria favorecido a fabricação de ferramentas de pedra, explicou a revista Nature Communications, que publicou o estudo.

As mãos de chimpanzés e orangotangos avançaram mais do que as dos homens desde a introdução do subgrupo de homini, comum aos seres humanos modernos e aos macacos evoluídos.

Os dedos destes macacos aumentaram em comparação ao polegar para que fossem capazes de se pendurar de galho em galho enquanto a mão humana tem um polegar proporcionalmente mais longo que permite que cada dedo vire um alicate útil para o trabalho.

Até agora, a hipótese mais comum era a de que o último ancestral comum entre humanos e macacos era um animal com as mãos semelhantes às do chimpanzé actual.

Mas o trabalho realizado pela equipa de Sergio Almecija, do Centro de Paleobiologia Humana da Universidade George Washington, colocam a ideia em questão.

Análises e medições precisas das mãos dos seres humanos modernos, de macacos vivos e fossilizados, mostram que a mão humana sofreu relativamente «pequenas mudanças» em comparação com o último ancestral comum com os macacos.

«Quando os hominídeos (família do homem moderno distinta da dos macacos) começaram a produzir sistematicamente ferramentas de pedra, provavelmente há 3,3 milhões de anos, as suas mãos eram - em termos de proporções globais - praticamente como as nossas de hoje», explicou Almecija.

«Outra mensagem importante é que, enquanto as mãos humanas são em grande parte primitivas, as alterações relevantes que têm favorecido o desenvolvimento da cultura das ferramentas de pedra, provavelmente foram neurológicas», explicou. Foi o nosso cérebro e não a forma das mãos que permitiu o desenvolvimento da cultura da ferramenta, sugeriu.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.