Publicado em 10/07/2015 às 15:05, Atualizado em 26/10/2016 às 12:33

Menina de 2 anos morta por H1N1 em MS não tomou vacina, diz família

Mãe diz que filha estava resfriada e não havia sido imunizada contra a gripe.Sesau recomenda levar crianças aos postos para avaliar antes de vacinar.

, G1

A menina Elizabeth Cabral de Oliveira, de 2 anos, que morreu em Campo Grandevítima do vírus Influenza A H1N1 não havia tomado a vacina contra a gripe, segundo a família. A morte foi confirmada na quarta-feira (8) pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).

A dona de casa Estela Chaparro Cabral, mãe da criança, disse que não levou a filha para ser imunizada porque ela já estava doente. “Esse ano ainda não porque ela teve um resfriado”, ressalta.

A criança começou a se sentir mal no dia 26 de junho e reclamava de fortes dores na barriga.

“Chegamos no posto, demorou para ela ser atendida. Ela estava com febre, passou dipirona para febre, antialérgico e soro para o nariz”, afirma.

Porém, a menina não apresentou melhoras e a família levou-a novamente para uma unidade de saúde.

“Ela continuou do mesmo jeito, com febre. Levamos ela na terça-feira no médico de novo”, relembra a mãe. Os resultados dos exames feitos no dia anterior apontaram baixo número de plaquetas no sangue.

A menina foi levada ao Pronto Atendimento Integrado (PAI). O pai de Elizabeth, o motorista Divino Rodrigues de Oliveira, questionou o atendimento prestado à filha. “Na segunda-feira, quando ela foi levada lá [unidade de saúde], se fosse atendida rápido, se tivessem pedido todos os exames, já tinham descoberto. Provavelmente, entrava com a medicação mais rápido”, relembrou.

A diretora de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau), Márcia Dal Fabbro, disse que a vítima recebeu todo o atendimento necessário. Na última sexta-feira (3), a criança foi transferida para a Santa Casa de Campo Grande, mas morreu no dia seguinte. A doença evoluiu rapidamente, o que provocou a morte da menina.

Márcia explica os danos que o vírus pode causar no organismo. “O H1N1 causa uma agressão nos pulmões, e com a grande quantidade de secreção, pode propiciar o surgimento de bactérias, e ocasionar uma pneumonia, onde está a complicação desse quadro”, explica a diretora.

Crianças com até 5 anos de idade estão mais vulneráveis ao vírus e fazem parte do grupo de risco. Em 2015, as crianças foram o público que mais demorou a atingir a meta de vacinação. Os últimos dados divulgados, referentes à primeira quinzena de junho, apenas 65% das crianças foram vacinadas.

A recomendação é não vacinar se a criança sentir febre. “Se tem uma febre baixa, a gente pede para esperar passar para tomar a vacina. Se for só um resfriado, sem comprometimento da saúde da criança, sem quadro de febre; ela pode tomar normalmente a vacina”, afirmou Márcia.

A diretora recomendou ainda que as crianças sejam levadas mesmo doentes, já que os técnicos das unidades de saúde estão orientados a não aplicar a vacina se houver risco. Conforme a Sesau, ainda há doses disponíveis nos postos.

MorteA SES confirmou a morte de Elizabeth por H1N1 na quarta-feira (8). Conforme o boletim epidemiológico, já foram confirmados 169 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), 4 de Influenza A H1N1, 11 por Influenza A H3N2 e outros três de Influenza B.

Outros dois óbitos já haviam sido confirmados, sendo vítimas do vírus Influenza H3N2 de Campo Grande.