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Ministério da Justiça prorroga por 30 dias Força Nacional em Caarapó, MS

Segurança foi reforçada depois do conflito entre indígenas e fazendeiros.No dia 14 de junho de 2016 um agente de saúde morreu no confronto.

Força Nacional está há mais de 40 dias para reforçar a segurança em Caarapó (Foto: Gabriela Pavão/G1 MS)

O Ministério da Justiça prorrogou por mais 30 dias a permanência da Força Nacional em Caarapó, município distante 264 quilômetros da capital de Mato Grosso do Sul, conforme foi publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira (28). A segurança foi reforçada desde o dia 16 de junhoquando um índio morreu e outros seis ficaram feridos durante confronto com fazendeiros.

O ministro da Defesa, Alexandre de Moraes, disse que a Força Nacional vai permanecer no município durante o tempo necessário. “Eles ficam até quando a situação se acalmar”, disse o ministro ao G1 na semana passada.

A prorrogação foi solicitada pelo governo do estado no último dia 14 de julho, em caráter de urgência. Na área onde ocorreu o confronto, a Terra Indígena Dourados-Amambaipeguá, a Fundação Nacional do Índio (Funai) considerou tradicionalmente ocupada e disse estar em estudo para regularização fundiária.

Imagem mostra momento do confronto entre índios e produtores em Caarapó (Foto: Reprodução/TV Morena)

ConflitoO agente de saúde indígena Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza, de 26 anos, foi morto com tiro durante confronto entre índios e fazendeiros, no dia 14 de junho na Terra Indígena Dourados-Amambaipeguá.

Na época, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) disse no Facebook que homens armados chegaram em 60 camionetes e atiraram em cerca de mil indígenas, incluindo quatro agentes de saúde indígena, que estavam reunidos no território perto da aldeia Te Ýikuê. A Funai também afirma que os índios foram atacados.

O corpo do indígena morto foi enterrado na região do conflito. Segundo a Polícia Federal, três das quatros armas foram devolvidas nesta quarta-feira, sendo duas pistolas .40 e uma espingarda calibre 12. Os indígenas dizem que devolveram todas os armamentos.

RefénsApós confronto dessa terça-feira, militares acabaram rendidos pelos indígenas por duas horas após o pneu da viatura furar. Eles tiveram as armas de fogo e coletes tomados, a viatura queimada e três sofreram ferimentos leves.

"Os policiais não esperavam esse tipo de situação de quem eles foram ajudar. Apanharam com pedaço de pau. Algemaram eles com as próprias algemas", afirma o comandante da Polícia Militar (PM) de Dourados, que responde pelo município, tenente-coronel Carlos Silva.

Ainda segundo o tenente-coronel, a equipe foi recebida a tiros e há suspeita de que índios paraguaios estejam entre os indígenas brasileiros. "Os indígenas falavam que iam atear fogo nos policiais. Chegaram a jogar gasolina neles. O que mais nos deixou preocupados foi que a polícia foi garantir a vida dos indígenas e foi atacada por aqueles que visavam salvar", fala o oficial.

Em nota, a Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais e Bombeiros Militares de Mato Grosso do Sul (ABSSMS), seccional Dourados, repudiou "as ações de extrema violência contra a integridade física de policiais militares".

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