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Não há provas de que avião russo se partiu no ar, diz ministério egípcio

Informação foi divulgada por investigador russo. Avião com 224 pessoas a bordo caiu no Sinai no último sábado.

Soldados egípcios recolhem objetos pessoais pertencentes às vítimas do acidente com o avião russo na península do Sinai (Foto: Russian Ministry for Emergency Situations/AP)

O Ministério de Aviação Civil do Egito informou nesta terça-feira (3) que não havia fatos para fundamentar afirmações feitas por autoridades russas de que aeronave da Metrojet que caiu no último sábado na Península do Sinai, no Egito, se partiu no ar, informa a agência Reuters.

O Airbus A-321, que fazia a rota entre o balneário egípcio de Sharm el-Sheikh e São Petersburgo, perdeu contato com os radares 23 minutos após a decolagem, quando sobrevoava a cidade de Larnaka. Ele caiu em uma região montanhosa. Todos os ocupantes morreram no acidente.Neste domingo (1º) o chefe dos especialistas aeronáuticos russos, Viktor Sorotchenko, disse que o avião despedaçou no ar antes de chegar ao chão.

Nesta terça, o porta-voz do Ministério da Avião, Mohamed Rahmi, confirmou que não houve pedido de socorro antes da queda, que deixou espalhados por mais de 3 quilômetros os destroços da areonave. Não foram gravadas comunicações do piloto pedindo qualquer coisa no centro de navegação, disse à Reuters.

Rahmi disse que ainda não há provas de que o avião se partiu durante o voo. Este pode ser um longo processo e não podemos falar sobre os resultados enquanto continuamos, disse.

Ele disse que a equipe de investigação -- liderada pelo Egito e auxiliada por especialistas daRússia, da fabricante Airbus e da Irlanda, onde o avião está registrado -- retornou ao local do acidente na manhã desta terça.

Assim que as investigações no local forem finalizadas, provavelmente mais tarde nesta terça, os especialistas irão focar na análise de conteúdo dos gravadores da caixa preta, disse Rahmi.

Fontes no comitê de investigação disseram que os gravadores estão em boas condições e devem conter evidências, de acordo com a Reuters.

O não recebimento de um pedido de socorro e o fato de os destroços estarem espalhados por uma grande área sugerem, para muitos especialistas, uma queda abrupta. Teorias variam de um ataque a míssil, ou uma bomba a bordo, ou falhas estruturais.

InvestigaçãoAnalistas egípcios começaram a examinar neste domingo (1º) o conteúdo das duas caixas pretas recuperadas do avião, e disseram que pode levar dias para recuperar os dados.

Investigadores russos vão considerar todos os cenários possíveis sobre porque o avião caiu, disse o porta-voz do Comitê de Investigação da Rússia em comunicado no site do comitê.

O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, afirmou que as investigações sobre as causas do acidente podem levar meses.

Esse é um assunto complicado e exige tecnologias avançadas e investigações amplas que podem levar meses, disse ele a recrutas do Exército em um discurso televisionado neste domingo.O presidente egípcio pediu para que todos esperem os resultados da investigação antes de evocarem possíveis razões para a tragédia.

Nesse tipo de caso, é preciso deixar trabalhar os especialistas e não evocar as causas da queda do avião, porque isso está sendo investigado, declarou, citado pela agência de notícia Mena.Estado IslâmicoO ramo egípcio do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) afirmou no Twitter ser o responsável pela queda do avião, afirmando que derrubou a aeronave em resposta à intervenção militar russa na Síria em apoio ao presidente Bashar Al-Assad contra rebeldes, incluindo os combatentes do Estado Islâmico.Apesar da reivindicação do grupo, uma primeira análise do local do acidente indica que a queda poderia ter sido causada por uma falha técnica. O Ministro russo dos Transportes, Maxim Sokolov, disse à agência Interfax que a afirmação “não pode ser considerada exata”.

O chefe da inteligência americana, James Clapter, também afirmou nesta segunda-feira (2), em Washington, que não há por ora sinais de que houve um ato terrorista na queda do avião.

A Rússia decidiu intervir no conflito sírio para apoiar o governo de Bashar al-Assad, e afirma bombardear alvos do grupo o Estado Islâmico e outros grupos terroristas que se opõem ao poder

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