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OMS coloca bacon, linguiça e salsicha na lista de alimentos cancerígenos

Há evidência suficiente de ligação desses alimentos com câncer, diz relatório.Texto alerta para risco de alto consumo de carne processada.

Bacon é um dos produtos que entrou na lista de alimentos cancerígenos (Foto: Marcos Pinto / Divulgação CdBRJ)

O consumo de produtos como salsicha, linguiça bacon e presunto, aumenta o risco de câncer do intestino em humanos, afirma um novo relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) publicado nesta segunda-feira (26). De acordo com o documento, a carne processada é um fator de risco certo para a doença, e carnes vermelhas de um modo geral são um fator de risco provável.

As canes processadas foram colocadas na lista do grupo 1 de carcinogênicos – que já inclui tabaco, amianto e fumaça de diesel – para os quais já há “evidência suficiente” de ligação com o câncer. O relatório foi feito pela IARC (Agência Internacional de Pesquisa do Câncer), órgão ligado à OMS.

Risco de câncerPara um indivíduo, o risco de desenvolver câncer colorretal em razão do consumo de carne processada permanece pequeno, mas esse risco aumenta com a quantidade de carne consumida, afirmou Kurt Straif, chefe de programa Monographs, do IARC, que avalia riscos para o câncer.

Um estudo de meta-análise -- que avaliou diversos outros estudos-- estima que cada porção diária de 50 gramas de carne processada aumente o risco de câncer colorretal em 18%. Esse tipo de câncer é hoje o segundo mais diagnosticado em mulheres e o terceiro em homens, e está matando 694 mil pessoas por ano (segundo dados de 2012 da OMS, os mais recentes).

A carne vermelha - grupo dentro da qual estão tecido muscular de boi, porco, carneiro, bode e cavalo - foi classificada como um carcinógeno (produto capaz de provocar câncer) provável e entrou na lista do grupo 2A, que contém o glifosato, princípio ativo de muitos herbicidas.

Cachorro quente (Foto: Reprodução/EPTV)

A definição do IARC para carne processada inclui produtos transformados por salgamento, curagem, fermentação, defumação e outros processos para realçar sabor ou melhorar a preservação, afirma um artigo publicado por cientistas do IARC na revista médica The Lancet, que acompanhou a divulgação do novo relatório.

Carne vermelha

Essas descobertas dão mais suporte às recomendações sanitárias atuais para limitar o consumo de carne, afirmou Christopher Wild, diretor do IARC.

Ao mesmo tempo, a carne vermelha tem valor nutricional, afirmou o médico, sugerindo que as novas recomendações não sejam encaradas de maneira alarmista. Esses resultados, então, são importantes para permitir governos e agências regulatórias internacionais para conduzirem avaliações de risco, de modo a equilibrar riscos e benefícios de comer carne vermelha ou processada e para fornecer as melhores recomendações diárias possíveis.

A maior parte das carnes processadas contém carne de porco ou boi, mas também pode conter outras carnes vermelhas, frango, carne de segunda (fígado, por exemplo), ou subprodutos da carne, como o sangue, afirma o artigo.

A classificação mais branda para a carne vermelha é reflexo de evidências limitadas de que ela causa câncer. O IARC descobriu ligações principalmente com o câncer de intestino, mas também observou associações com tumores no pâncreas e na próstata, afirmou.

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