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Pátios de delegacias viram criadouros do mosquito Aedes

Denar, que fica no Itatiaia, apresenta pior situação, segundo sindicato

Água parada em carroceria de veículo apreendido no pátio do Cepol, em Campo Grande (Foto: Divulgação / Sinpol)

Os pátios da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar), da Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos e de unidades do interior e do Centro Especializado de Polícia Integrada) estão servido de criadouro para o Aedes aegypti.

O Sindicato dos Policiais Civis denunciou que dezenas de veículos estão parados, sem que haja liberação para os proprietários ou que seja feita ação preventiva para evitar se retire água parada desses locais.

Os ferros velhos nos pátios das unidades da Polícia Civil já foram relatados à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e à Delegacia-Geral de Polícia Civil. Segundo o sindicato, os relatos à chefia foram feitos por mais de uma vez.

O risco de proliferação do mosquito que transmite dengue, chikungunya e vírus zika é iminente tanto para que vive próximo às delegacias, como para os policiais. Nos últimos meses, o Sinpol afirmou que vários policiais foram diagnosticados com dengue.

Além do risco à saúde, os veículos que acabam se tornando sucata com o tempo perdem também a qualidade para o uso.

“Há veículos de pequeno, médio e grande portes, desde bicicletas a caminhões, que estão estragando nos pátios das delegacias quando poderiam ter sido entregues ao seus donos ou autorizados para uso no trabalho policial”, explicou o presidente da entidade, Giancarlo Miranda.

DELEGACIAS CHEIAS

A Denar, que fica no bairro Itatiaia, em Campo Grande, é a unidade que está em situação mais crítica, avaliou o sindicato. “O pátio está abarrotado, tanto que o delegado titular da unidade nem ao menos permitiu que se fotografasse para mostrar a realidade às autoridades competentes e à população”, revelou Miranda.

Outra na Capital que apresenta diversas carcaças servindo criadouro para o mosquito é a Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos (Defurv), que fica na Avenida Senador Filinto Muller. 

No interior do Estado, os carros apreendidos ficam nas calçadas porque não há local para destinação adequada. Em Jaraguari, 47 quilômetros de Campo Grande, essa é a realidade da delegacia local.

Em Água Clara, 193 quilômetros da Capital, um incêndio na sexta-feira (19) danificou 25 veículos. Como o município não tem bombeiros, caminhões pipas da prefeitura e de empresas ajudaram no combate ao fogo.

“Ainda não se sabe se o incêndio foi criminoso ou acidental, mas poderia ter acontecido uma tragédia se o fogo chegasse à delegacia”, analisou o presidente do Sinpol.

APREENSÕES

Somente neste ano, 360 veículos foram recuperados pela Polícia Civil, de acordo com o Sistema Integrado de Gestão Operacional (Sigo).

Ano passado, 2.311 veículos foram apreendidos e foram entregues 6.170. O Sinpol não divulgou se tinha o número total de bens parados nos pátios.

A reportagem tentou contato com a assessoria de imprensa da Polícia Civil pelo telefone fixo, mas até a publicação desta matéria ainda não tinha conseguido retorno.

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