Professores municipais podem entrar em greve, caso o prefeito Alcides Bernal (PP) não cumpra o piso da categoria. No ano passado, foram 77 dias de paralisação e nenhum reajuste. O tema foi tratado, nesta quinta-feira (3), na Câmara Municipal.
Conforme o presidente do Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP), Lucílio Souza Nobre, a categoria não abre mão de reajuste previsto em lei para integralizar o piso nacional no município. Contraproposta, no entanto, teve prazo de apresentação vencido.
A categoria cobra reajuste anual, em maio, de 11,36%. Outros 6,5% seriam decorrentes da integralização do piso, postergado desde o ano passado. Propostas durante a greve, que incluiam indíces menores e uso de cartões de alimentação, foram todas rechaçadas.
Mesma tática usada por Gilmar Olarte (PP) foi adotada por Bernal. Informe publicitário diz que reajuste não pode ser concedido sem afetar outros serviços. Os servidores, conforme a prefeitura, receberiam ainda o dobro do piso para 40 horas. Isso porque, na Capital, eles cumprem 20 horas.
CONTRADITÓRIO
Declarações do secretário de Planejamento, Finanças e Controle, Disney Fernandes, colocam em xeque o posicionamento do Executivo. Em audiência pública, ele admitiu que no ano passado não havia condições de reajuste, porém agora o fluxo de caixa estaria equilibrado.
Herculano Borges (SD) e Paulo Siufi (PMDB) associaram a paralisação anterior a uma manobra política. Integrantes do comando de greve, segundo os vereadores, estariam nomeados em cargos de confiança na Secretaria Municipal de Educação.
Alguns podem se aproveitar do movimento para tirar proveito, mas nunca souberam o que é ser sindicalista, admitiu o presidente da ACP. Ele ressaltou ainda que a entidade deve ser isenta de alinhamento político e cobra explicação para exonerações em creches e escolas.
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