A Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) informou nesta quinta-feira (12) que o resultado do exame do homem que foi transferido de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro na noite de quarta com suspeita de ter o vírus ebola vai sair no fim da tarde. A expectativa no início do dia era que o resultado do primeiro teste sairia ao meio-dia.
O paciente está em isolamento no Hospital Evandro Chagas, que fica na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Manguinhos, no Subúrbio do Rio.
O motivo do adiamento é o atraso na chegada do paciente, que deu entrada na Fiocruz por volta de meia-noite. O resultado vai ser divulgado pelo Ministério da Saúde em Brasília.
Segundo à Fiocruz, o paciente já foi submetido a uma bateria de exames e até o início da tarde deverá ser divulgado um boletim com seu estado clínico. Ele está sendo acompanhado por um médico, um enfermeiro e um agente de desinfecçao, que cuida da limpeza da área de isolamento onde está o paciente.
A Fiocruz designou duas equipes em dois turnos que acompanham o brasileiro durante 24 horas por dia. A equipe de desinfecçao passou treinamento para casos semelhantes na semana passada.
Se os primeiros exames derem negativo, as análises serão repetidas em 48 horas. O acompanhamento é necessário e repetido até que a suspeita de ebola esteja descartada.
O homem suspeito de ter contraído a doença chegou a Belo Horizonte na sexta-feira (6), vindo da Guiné, na África, país que tem surto de ebola. No domingo (8), ele começou a apresentar febre alta, dores musculares e dor de cabeça.
Na terça-feira (10), ele foi diagnosticado com suspeita de infecção por ebola. Ele começou a receber atendimento no Pronto Atendimento da Pampulha, em Belo Horizonte.
IsolamentoDesde que o paciente passou a receber atendimento em Belo Horizonte, ele foi posto em isolamento. Os profissionais que tiveram contato com o paciente também estão sendo monitorados.
A Secretaria de Saúde de Minas Gerais e o Ministério da Saúde foram informados. Como a Fiocruz é referência no tratamento de doenças infecciosas, o paciente foi transferido para o Rio em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), respeitando os protocolos de atendimento.
O infectologista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Edmilson Migowski explica que o ebola é uma doença transmitida por vírus, por contato com o sangue da pessoa infectada. Por isso, a necessidade de isolamento e do protocolo especial de atendimento.
É necessário esse cuidado porque, na África, por exemplo, onde os casos ocorreram, boa parte dos contaminados eram profissionais de saúde. Ou seja, quem mais se expõe tem maior risco. O ebola causa um quadro de dengue grave, inicialmente com febre, mal estar, dor no corpo e dor de cabeça. E depois começa a ter sinais de sangramento, comprometimento grave de fígado, pulmão e rim e leva ao que se chama de falência de múltiplos órgãos. A morte costuma ocorrer 15 dias após constatado o quadro clínico de ebola, explicou o especialista.
SintomasMigowski diz ainda que os primeiros sintomas começam a surgir de 12 a 21 dias após o contato da pessoa com algum doente infectado.
Pode ser que o paciente tenha tido contato com alguém doente neste período e os sintomas agora estão se manifestando. Por isso, é importante todos esse procedimento até que se descarte a completamente este diagnóstico, disse o infectologista, acrescentando que taxa de letalidade da doença, varia entre 57% e 60%. Ou seja, de cada cem pacientes, 60 acabam morrendo.
O tratamento, segundo o especialista, se dá sob suporte: ingestão de líquido e oxigênio. Não há tratamento antiviral. Ou seja, é preciso isolamento e suporte para o paciente.
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