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Sem receber, Bruninho volta à Itália e critica situação do vôlei nacional

Atleta fez um apelo para a melhora de todo o esporte no Brasil, afirmando que o problema não acontece apenas com o RJ Vôlei.

Um dos principais destaques do RJ Vôlei, o levantador Bruninho anunciou sua saída da equipe nesta sexta-feira. Em carta de despedida na qual comentou sobre os fatores que o levaram a tomar essa decisão, o atleta também declarou que irá defender o Casa Modena, da Itália, até o final da temporada 2013/2014.

Campeão da Superliga com o time carioca na temporada de 2012/2013, Bruninho ressaltou que o clube vive uma situação complicada atualmente. Citando que ele e seus companheiros receberam apenas um mês de salário na temporada, o atleta fez um apelo para a melhora de todo o esporte no Brasil, afirmando que o problema não acontece apenas com o RJ Vôlei.

Com a decisão de voltar ao time italiano que defendeu no final de 2011 confirmada, o capitão brasileiro também destacou que deixar o Brasil atualmente foi a escolha mais difícil de sua carreira, mas garante que jogar em seu País sempre será sua primeira opção.

A crise no RJ Vôlei começou no final de novembro de 2013, quando o time ainda se chamava RJX. Com uma crise financeira, o empresário Eike Batista retirou o patrocínio principal da equipe, o que prejudicou o pagamento dos salários dos jogadores e a desestruturou financeiramente.

CONFIRA A CARTA DE BRUNINHO

A situação do RJ Vôlei, como é do conhecimento geral, não é das melhores. Recebi propostas anteriormente, mas acreditei que pudéssemos resolver o problema do clube e tinha a esperança que conseguiríamos outros parceiros para a manutenção de todo o elenco.

Mas eu e alguns companheiros de elenco recebemos apenas um mês desde o início da temporada, situação que me levou a tomar a decisão mais difícil da minha carreira: a de deixar o Brasil por algum tempo.

Estou aceitando a proposta de jogar o restante da temporada em Modena, cidade da Itália onde já atuei em 2011 e pela qual tenho um grande carinho.

Jamais gostaria de deixar amigos, companheiros e uma torcida que nos apoia no meio de uma competição como a Superliga. Mas a situação se torna inevitável e, na nossa curta carreira de atletas, não podemos abrir mão dos nossos direitos como profissionais por praticamente uma temporada inteira.

É claro que continuo acreditando no vôlei do Brasil e jogar aqui sempre será minha primeira opção. Mas vejo que devemos nos preocupar com a situação geral do esporte em nosso País.

O problema do RJ Vôlei não é um fato isolado. Colegas de profissão estão em outras equipes passando por problemas semelhantes e muitas vezes até piores do que o nosso no Rio de Janeiro.

É preciso valorizar o esporte coletivo que mais medalhas olímpicas e mundiais conquistou para o nosso Brasil.

Se isso acontece em uma modalidade com tanta visibilidade, e considerada por muitos a segunda mais importante do País, imaginem o que se passa com as que não têm o mesmo espaço na mídia.

Sempre é bom lembrar que estamos a dois anos de uma Olimpíada, que além do mais será realizada aqui mesmo no Brasil, e no Rio de Janeiro.

Desculpem o desabafo, mas não poderia me calar diante dessa situação.

Espero que vocês entendam minha decisão e saibam que nesses últimos meses não faltou empenho para resolver o problema.

Desejo todo o sucesso aos meus companheiros e integrantes da comissão técnica. E agradeço o carinho que recebi da maravilhosa torcida do RJ Vôlei durante todo o tempo em que tive a honra de vestir a camisa 1 do clube.

Muito obrigado e conto com vocês sempre,

Bruno Mossa Rezende - Bruninho.

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