Terremoto deixa 11 mortos no Chile

Um terremoto de 8,4 de magnitude matou 11 pessoas no Chile, na noite de quarta-feira (16). Um milhão de pessoas foram atingidas pelo tremor. Houve tsunami e as ondas gigantes provocaram muitos estragos à beira mar.

O forte terremoto atingiu, principalmente, o centro norte do Chile e repercutiu em todo o país. Estradas foram interrompidas e casas danificadas. Os danos maiores foram de infraestrutura.Faltavam seis minutos para as oito da noite quando houve o primeiro terremoto, de 8,4 de magnitude. O epicentro foi no mar, a 11 km de profundidade, perto da costa, 36 km a oeste da cidade de Canela Baja, próximo à capital, Santiago. A cidade histórica de Illapel foi uma das mais atingidas. Várias casas desmoronaram e a população está sem energia e sem água potável.Depois do primeiro terremoto, vieram as réplicas e a terra tremeu mais cem vezes, pelo menos. A zona costeira do Chile, Peru e Equador e até o Havaí ficaram sob alerta de tsunami. A madrugada foi de suspense. Logo nas primeiras horas, houve registro de variações no nível das marés. Em Coquimbo, ondas de mais de quatro metros altura avançaram 500 metros continente adentro.

A região foi declarada zona de catástrofe, mas o alerta de tsunami já foi suspenso. A presidente Michelle Bachelet viajou para a região mais atingida.Esse foi o sexto pior terremoto da história do Chile, o maior deste ano no mundo. A tragédia poderia ter sido pior, não fosse a resposta rápida da população à ordem de desocupar as áreas de risco.

Na Argentina, cinco províncias sentiram o tremor, inclusive em Buenos Aires, nos prédios mais altos, mas foi só um susto.

No Brasil

No Brasil, as pessoas também sentiram o terremoto em, pelo menos, 11 cidades nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, do Paraná e de São Paulo.

O que aconteceu no Chile, chegou no país por volta das 20h30. Em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, os moradores de um prédio chamaram os bombeiros e todo mundo teve que sair. No litoral de São Paulo, em Praia Grande, um morador estava jantando com a família quando sentiu o prédio tremer.

Na cidade de São Paulo, a região da Avenida Paulista foi onde mais gente sentiu a terra tremer. Na manhã desta quinta (17), estava tudo tranquilo, mas o terremoto virou o assunto do dia.

A pergunta que muita gente está fazendo é: por que o terremoto foi no Chile e pode ser sentido no Brasil? Segundo o professor do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo, Marcelo Bianchi, o terremoto gera ondas e elas chegaram até o país, por isso muita gente sentiu os tremores.

O terremoto aconteceu porque o Chile está no encontro de duas placas tectônicas. Elas se movimentaram: a de Nazca para a esquerda e a Sul-Americana para a direita. O Brasil está na placa Sul-Americana e longe do encontro dessas duas placas, por isso os terremotos aqui são mais fracos.

Quando um terremoto acontece, ele gera ondas mecânicas, ou seja, o solo se movimenta. Foram essas ondas que chegam no Brasil. Em linha reta, do epicentro até a cidade de São Paulo, a distância é de 2,5 mil quilômetros. Por estarmos longe, é também por isso que a vibração que a gente sentiu foi mais fraca. Enquanto no Chile o terremoto teve magnitude 8,4 na escala Richter, aqui a gente sentiu vibrações de dois pontos de intensidade, mas em uma outra escala, chamada de escala de Mercalli.

De acordo com Marcelo, no Brasil os terremotos não têm força para provocar uma trinca em casa ou um desabamento, por exemplo.

Brasileiros no ChileLucas Campos, de Mato Grosso, estava no Aeroporto de Santiago, embarcando para o Brasil. Ele e todos os passageiros tiveram que sair do ônibus por causa do terremoto.

O jornalista brasileiro Kléber Ismério mora há dois anos no Chile. Ele relata o terremoto: “A casa e o piso tremem, tu perde a referência. Imagina surfar na sua casa. O chão se mexe e tu vai fazer o quê? Nós não dormimos praticamente a noite passada, nem eu, nem muitos brasileiros, porque é uma réplica seguida da outra. Quando tu começa a cochilar voltar a tremer de novo”.