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Vale adulterou dados sobre volume de lama em Mariana, diz PF

Em MS, despejo de minério no Rio Paraguai é investigado

Vista de área atingida pela enxurrada de lama (Foto: Ricardo Moraes/Reuters))

Após a tragédia de Mariana (MG), a Vale modificou dados sobre o volume de lama que jogava na barragem de Fundão, conforme reportagem do jornal Folha de S.Paulo, que cita um relatório da Polícia Federal (PF). O desastre ambiental, que ocorreu em novembro do ano passado, deixou 19 mortos e poluiu o Rio Doce. 

De acordo com a apuração da PF, a empresa adulterou relatórios para confundir as investigações. Ao lado da angloaustraliana BHP Billiton, a Vale é uma das donas da Samarco, responsável pela barragem.

A mineradora gerava na região da tragédia dois tipos de rejeitos: lama, destinada à estrutura da Samarco, e arenosos, que iam para o reservatório de Campo Grande. Conforme a Folha, com as modificações de dados oficiais sobre o teor de concentração do minério que produzia em Mariana, o volume de lama lançado na barragem ficou menor do que o mencionado inicialmente.

Um informe da PF sublinha que a Vale alterou os últimos cinco Relatórios Anuais de Lavra (RALs) que havia enviado ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Por meio de nota, a empresa admitiu as modificações, mas declarou que as mudanças foram correções. No entanto, de acordo com a Polícia Federal, o objetivo da ação era iludir as autoridades fiscalizadoras.

Em contato com a Folha, a Vale também relatou ter realizado auditoria nos dados informados anteriormente ao governo para corrigir o que cabia. Conforme a empresa, as alterações foram avisadas à PF e ao Ministério Público Federal (MPF).

Em momento algum a Vale tentou atrapalhar ou confundir qualquer ato realizado pelo órgão fiscalizador; ao contrário, deu total transparência e conhecimento a quem de direito, salientou a mineradora em nota.

RISCO EM CORUMBÁ

Depois da tragédia, a preocupação também se voltou para Corumbá onde está localizada o  Porto Gregório Curvo, a maior barragem de mineração de Mato Grosso do Sul. Conforme a Vale, a represa contém alto risco de se romper, porém, de acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), não há risco de atingir Corumbá, a cidade mais próxima. 

Outro problema, é o despejo de minério de ferro feito em plataforma no Rio Paraguai, que o Ibama vai exigir explicações da mineradora Vale. A denúncia foi feita em matéria do Jornal Midiamax no dia 21 de março quando funcionários da empresa foram flagrados fazendo a limpeza da plataforma e lançando minério nas águas do rio. Também será pedida uma atualização no Plano de Dragagem e no Plano de Emergência Individual, uma vez que a empresa mantém um posto de abastecimento de combustível dentro do Porto de Gregório Curvo. 

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