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Vistoria em novo presídio de PMs no RJ acha churrasqueira, celular e DVD

Transferência ocorreu há pouco mais de um mês após regalias e agressão.Juízes e promotores acompanham o trabalho de 140 homens na revista.

Churrasqueira e facões são encontrados em unidade prisional de policiais no Rio (Foto: Divulgação)

Regalias para policiais militares presos no Rio de Janeiro voltaram a ser encontradas em uma operação nesta terça-feira (10). Desta vez, no novo presídio para onde os agentes foram levados: a Unidade Especial Prisional de Niterói, Região Metropolitana. Na inspeção, agentes da Vara de Execuções Penais (VEP), do Ministério Público junto à Auditoria Militar e a Corregedoria da PM apreenderam 37 facas, 15 celulares - sendo que dois deles entre restos de uma feijoada servida na véspera - dois aparelhos de DVD, duas tendas, uma churrasqueira e R$ 5 mil. Os presos só têm permissão para ter R$ 80, sendo que o detento que estava com a maior quantia  estava com R$ 670.

A operação contou com ação do Ministério Público e da Corregedoria da PM, além do apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) do MPRJ.

A transferência para o local aconteceu há pouco mais de um mês e só ocorreu depois que uma juíza foi agredida em uma inspeção na antiga unidade, em Benfica. No local,churrasco, TV e violão foram algumas das regalias flagradas pela magistrada da Vara de Execuções Penais.

Cento e quarenta homens foram mobilizados para a fiscalização nas dependências do Presídio Vieira Ferreira, onde estão os policiais militares presos, aguardando julgamento.

O juiz da VEP, Eduardo Oberg, justificou a quantidade de policias - 140 homens - dizendo se tratar da primeira grande inspeção unificada e organizada. Mas disse se tratar de inspeção de rotina. Oberg disse que verificou problemas anteriores como falhas nas guaritas e disse que vai intimar a Seap para que as medidas necessárias sejam tomadas.

Também recebemos de denúncias de irregularidades nas visitas e recolhemos cerca de um metro de documentos que serão analisados, disse Oberg, destacando que a inspeção não teve qualquer incidente e que contou com quando colaboração da Corregedoria da PM.

O corregedor, coronel Vitor Yunes enfatizou que a conduta dos 236 presos deveria ser sempre exemplar e que vai apurar com rigor as falhas. Elas poderão resultar até em demissão. Somos policiais e temos uma disciplina, uma conduta de respeito é obrigação nossa. Essa inspeção é um marco para as próximas, com esse alinhamento que conquistamos da PM com a VEP e o MP. Agora, temos um presídio, antes era uma coisa provisória. Regalias nunca deveriam ter acontecido por que temos de agir dentro de padrões, de forma exemplar como militares que somos, disse o coronel, adiantando que, na próxima semana, a PM deverá assinar coma VEP o novo Regulamento  Disciplinar de Conduta Interna da Unidade Prisional da PM.

Os promotores Paulo Roberto Mello Cunha Júnior, Bruno dos Santos Guimarães, ligados à Auditoria Militar e Elisa Fraga, coordenadora da CSI acompanham a ação junto com os juízes Eduardo Oberg e Richards Fairclough, da VEP e o corregedor-geral da PMERJ, coronel Vítor Yunes.

Juíza encontrou regaliasNeste ano, a juíza esteve no batalhão para realização de visitas. Ela suspendeu temporariamente as visitas íntimas após verificar irregularidades no espaço. Daniela Souza denunciou também os privilégios dos presos que, de acordo com ela, faziam churrasco e tinham visitas íntimas sem autorização. A magistrada é considerada “linha dura” por PMs.

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