Publicado em 23/09/2014 às 08:27, Atualizado em 26/10/2016 às 10:36
Três dias após o seu falecimento, Thalita Jorge de Moraes se tornou um dos temas debate da sessão ordinária do Legislativo de Sidrolândia. Por unanimidade, os vereadores aprovaram a entrega de uma Moção de Pesar aos pais da criança de seis anos, que morreu com suspeitas de Dengue hemorrágica no Hospital Elmíria Silvério Barbosa, em 19 de setembro. Fora a homenagem póstuma à menina, na tribuna os parlamentares discutiram o caso como um reflexo de problemas na Saúde Pública da cidade, e cobraram.
A Saúde chegou ao fundo do poço em Sidrolândia e a razão disso é a morte dessa menina. Nós temos que tomar uma atitude, sentar todos juntos e tomar uma posição. Ou resolvemos os problemas da Saúde aqui ou fechamos essa cidade. Os vereadores tem a obrigação de refletir a Saúde, esbravejou Maurício Anache (SDD), que também é pediatra e atende na rede municipal.
O vereador lembrou no seu pronunciamento que em 2013 já havia alertado da necessidade da Prefeitura rever os investimentos em Saúde. Maurício reclamou na sessão ordinária desta segunda-feira (22) que mesmo após uma audiência pública realizada no Plenário Adenildo Amaral Lacerda sobre o tema, (organizada por ele) não houveram providencias no enxugamento da máquina administrativa e elaboração de um novo projeto para a Saúde.Na mesma linha, David Olindo (SDD) cravou na tribuna que o problema da Saúde em Sidrolândia não seria de orçamento, mas da aplicação eficiente de recursos e gerenciamento. O parlamentar questionou a liderança da secretária municipal da pasta, Leila Couto, citando que existe falta de aparelhamento para diagnóstico nos postos de Saúde.
Os médicos de Sidrolândia precisam ser adivinhos. Quando você examina uma pessoa o mínimo que você deve dar a ela é uma segurança na sua fala. Porque não se analisa um caso material sem conhecer todos os quadrantes de uma demanda pra depois propor e na Saúde não pode ser diferente, falou David, que ainda lembrou a queda na arrecadação do município como agravante, cenário que exige maior capacidade de administração da gestão pública.
Waldemar Acosta (PDT) por sua vez pediu que a Secretaria Municipal de Saúde devesse abrir uma sindicância sobre o atendimento prestado a Thalita Jorge de Moraes na véspera do seu óbito para apurar a hipótese de negligência no caso. O vereador entende que a suposta falha no diagnóstico da menina foi emblemático, servindo de exemplo para que novamente a mesma fatalidade não ocorra com outras famílias.
Qual a resposta para o que aconteceu? Por que não tinha médico pediatra? Não podemos admitir e precisa-se tomar uma providência porque é crítica a situação da Saúde no nosso município. Nós estamos contra um orçamento público que proponha diminuição de investimentos na Saúde Pública, disse o líder do prefeito na Câmara Municipal.
Mesmo sem se pronunciar sobre o caso na sessão, o presidente do Legislativo de Sidrolândia foi uma das figuras mais presentes junto a família no momento de dor da perda de Thalita Jorge de Moraes. Ilson Peres (PSDB) estava no hospital e foi uma das primeiras pessoas a ter a notícia do falecimento. Pela comoção com a tragédia e preocupação com a Saúde em sua vereança, foi dele a indicação para a homenagem póstuma à menina, que havia ficado em segundo lugar no concurso para Princesinha na ExpoSidrolândia 2014.