Publicado em 08/11/2018 às 14:04, Atualizado em 08/11/2018 às 17:09

Crianças de 2 anos abrem portão, ‘fogem’ de Ceinf e vagam pelas ruas do Tijuca na capital

A mãe da criança registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil e a reclamação no grupo Aonde Não ir em Campo Grande, no Facebook.

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(Foto: Guilherme Cavalcanti)

Duas crianças de pouco mais de dois anos fugiram, na manhã da quarta-feira (7), do Ceinf (Centro de Educação Infantil) Professor Eloy Souza da Costa, no Jardim Tijuca, em Campo Grande. Os meninos saíram por um portão lateral do estacionamento do Ceinf e até atravessaram correndo a Rua Souto Maior, uma das mais movimentadas da região.

A mãe da criança registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil e a reclamação no grupo Aonde Não ir em Campo Grande, no Facebook.

“Hoje pela manhã, às 7h como de costume, levei meu filho no Ceinf e entreguei nas mãos da cuidadora. Com a certeza da responsabilidade das cuidadoras e diretora fiquei tranquila. Meu dia correu normalmente.

Porém, às 16h20, recebi a ligação da diretora que falou que meu filho e um colega haviam feito uma arte! Chegando lá, me informou que meu filho mais um colega de 2 anos e meio tinham apenas aberto o portão e fugido até a calçada e alguém viu e já gritou as funcionárias.

Porém, consegui encontrar a pessoa que os encontrou e ela disse que os dois atravessaram sozinhos uma avenida super movimentada. Ainda andaram mais uma quadra até ela perceber que realmente estavam sozinhos e correr atrás e leva-los de volta ao Ceinf.

Detalhe: o fato aconteceu entre 8 e 9 da manhã, porém, só fui informada as 16:20!

O que fazer em um caso desses?

Já fiz boletim de ocorrência!

A diretora da unidade ainda deu um ralo nas crianças como se elas fossem culpadas pelo ocorrido!”

O Jornal Midiamax foi até o local e conversou com os moradores que encontraram as crianças na rua.

A verdureira Luzinete Vieira da Silva atendia uma cliente no sacolão quando as duas viram os meninos. Um deles estava uniformizado e o outro não. Ambos levavam seus carrinhos de brinquedo.

Luzinete diz que a princípio, achou que eles estavam acompanhados dos pais, mas, quando atravessaram a rua correndo, ela e a cliente perceberam que eles estavam sozinhos. “É um absurdo as crianças conseguirem fugir, sem ter um adulto supervisionando. É uma rua muito movimentada e poderia ter acontecido uma tragédia”, comenta a verdureira.

A cliente do sacolão chegou a passar no Ceinf para fazer uma reclamação com a direção e a diretora também foi ao estabelecimento, segundo Luzinete, para saber mais informações com as testemunhas.

Ao mesmo tempo em que foram vistos por quem estava no sacolão, as crianças chamaram a atenção da cabeleireira Clarice Ramos e de uma cliente dela. As duas viram que as crianças estavam sozinhas e correram atrás dos garotos. Como um deles derrubou o carrinho de brinquedo, Lúcia, a cliente do salão, conseguiu alcançá-los. Foi ela quem levou os meninos ao Ceinf.

Apesar do susto, as crianças voltaram para o Ceinf sem maiores problemas. Na manhã desta quinta-feira (8), as mães de crianças ficaram sabendo do ocorrido e muitas criticaram

“Com certeza eu também ficaria revoltada, porque essa rua é super movimentada. Na segunda-feira uma moto derrubou um idoso. O trânsito de veículos e muito intenso e o que aconteceu foi uma irresponsabilidade”, diz a cabeleireira citando as reclamações das mães de alunos do Ceinf.

Rapidamente a notícia da ‘fuga’ das crianças se espalhou entre os pais e responsáveis de alunos matriculados. “Eu fiquei assustada, liguei na Semed e eles confirmaram a história”, afirmou a tia de um aluno que não quer ser identificada.

Alguns pais resolveram falar com comerciantes instalados nas imediações para coletar mais informações. “Estava todo mundo sabendo do caso”, contou a dona de casa.

A Semed informou que já abriu uma sindicância para apurar o ocorrido. “Assim sendo, o fato corrido no Ceinf em questão está sendo investigado para que as medidas cabíveis sejam tomadas”.

Temor

Quando ficou sabendo do que aconteceu, a mãe de uma das alunas do Ceinf decidiu não levar a filha para o local nesta quinta-feira (8). “Que segurança eu tenho de deixar minha filha lá?”, questionou.

Ela reclama que ligou na escola para saber mais informações sobre as providências que serão tomadas e não foi bem atendida. “Me disseram apenas que o assunto estava sendo tratado com os envolvidos. Mas os pais de todos os alunos precisam de uma satisfação”, reclamou a mãe.

Colaborou: Bruna Vasconcelos