Buscar

Disputa em igreja é marcada por acusações e tem até pastor socorrido pelo Samu

Denominação tem como líder Antonio Dionizio, protagonista de ato que eclodiu uma crise no grupo

Cb image default
(Foto: Paulo Francis) 

O fim de outubro de 2020 foi marcante para os membros da ADM-CG (Assembleia de Deus Missões de Campo Grande): um flagrante filmado de um 'tapinha' no bumbum dado pelo líder-mór da denominação evangélica em sua então namorada, pouco após se separar da ex-mulher, fez eclodir uma verdadeira crise na igreja.

Desde então, a disputa pela liderança da ADM ganhou contornos dignos da política vista no dia a dia 'mundano' e registra nessa quinta-feira (4) mais um capítulo, inclusive com um pastor passando mal e precisando ser levado para o hospital pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

Localizada na rua Brilhante, no bairro Amambaí, perto do cruzamento com a avenida Bandeirantes, a tradicional igreja realiza na noite de hoje a escolha de sua nova mesa diretora em assembleia para poucos convidados.

Contudo, há quem reclama muito disso, já que alegam que são 9,8 mil membros ativos e entre 450 e 600 deles, apenas, receberam uma pulseira que permite participar da assembleia que define a nova mesa diretora. Ainda por cima, recentes mudanças no estatuto da congregação gerou mais insatisfação ainda.

Tudo gita em torno de Antonio Dionizio, pastor que lidera a igreja e é autor do polêmico tapa. Ele também foi quem mudou o estatuto da igreja para que, diferente de outros anos, neste a diretoria fosse escolhida por ele e apenas apresentada para os fieis, que poderiam apenas aclamar ou negar os nomes postos ali. 

Até a eleição anterior, ocorriam as formações de chapas e os fiéis é que escolhiam em quem eles tinham maior preferência. "Houve essas mudanças todas, mas de acordo com o artigo 25, isso deve ser escolhido por meio de votação", frisa o pastor Rudi Carlos Quintana, atualmente na 'oposição' à Dionizio.

Segundo ele, 70% dos membros da igreja apoiam sua chapa, encabeçada por outro pastor, Carlos Nascimento, que também é dono da loja Betel. "Registramos essa chapa depois da primeira assembleia, no começo de fevereiro, mas agora tem essas pulseiras que foram distribuídas só para apoiadores dele", crava Rudi.

Atendimento médico - A situação no local era tão crítica que até mesmo um pastor precisou de atendimento médico, já que passou mal. Identificado como Miguel Quevedo, atual tesoureiro da igreja mas que agora faz oposição ao grupo de Dionizio, o pastor foi socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

Levado para a Santa Casa, Quevedo teve um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e, conforme apurado pela reportagem, está em estado estável no momento. Ele chegou a ficar desacordado e ficou com uma parte do corpo paralisado.

Persistência - Apesar de todos os ânimos alterados, inclusive com reclamação de truculência de seguranças contratados para 'resguardar' a igreja, o grupo opositor diz que vai permanecer ali em busca dos direitos que pleiteiam.

"Tem toda uma ansiedade para conseguirmos entrar e vamos ficar aqui para tentar isso, participar da eleição", completa Rudi Carlos, do lado de fora da igreja, enquanto os 'vips' com pulseira entram livremente para votar. 

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.