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Empresário que chama Jamil Name Filho de agiota cobra 5 milhões em dinheiro e bens

Revelado em depoimento ao Garras no mês de outubro, enredo chega à Justiça, mas com mudança de versão

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Divulgação

Contado aos prantos em outubro do ano passado, o enredo em que o empresário José Carlos de Oliveira acusa Jamil Name Filho de agiotagem, ameaça e coação chegou à Justiça.

Na ação, ele pede ressarcimento de R$ 2,6 milhões e a nulidade do contrato da venda de imóvel no Jardim Monte Líbano, onde foi apreendido o arsenal que serviu de fio da meada para a operação Omertá. Ao todo, foi solicitada a devolução de bens avaliados em R$ 2,2 milhões. Além de indenização por dano moral a partir de R$ 250 mil. Juntos, o valor supera R$ 5 milhões.

No ano passado, José Carlos foi levado pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestros) para prestar depoimento por ser ex-dono do “paiol”, a casa onde o armamento, que incluía fuzis, foi encontrado. Ele é sócio de empresa do ramo de assessoria financeira, com sede em São Paulo.

Durante a apuração, vizinhos relataram aos policiais que o então proprietário devia dinheiro para a família Name e que em meados de 2017 foi retirado à força de casa, “sob ameaça de morte”. No dia 25 de outubro, ao deixar o Garras, o empresário relatou que era obrigado a “negociar” com arma na cabeça.

Ele ainda contou que começou a se endividar com jogos de azar e que conheceu Jamil Name Filho num desses locais. Porém, na versão apresentada à 15ª Vara Cível de Campo Grande, o primeiro contato teria sido em outra circunstância.

A defesa informa que em setembro de 2012, com o crescimento da construção civil, José Carlos propôs parceria à irmã para construção de oito residências. A obra começou após empréstimo bancário, mas ao precisar fazer um aporte emergencial, foi informado por um amigo que a solução poderia ser Name Filho. “Se você precisa de dinheiro para ontem, o Jamilzinho tem”, conta ter ouvido.

No fim de novembro de 2012, foi à procura de Jamil Name Filho, em escritório no Jardim São Bento. O primeiro acerto foi para empréstimo de R$ 100 mil, divididos em duas parcelas: R$ 80 mil na hora e R$ 20 mil na semana seguinte. O valor principal deveria ser pago em 90 dias, mas com juros de 20%. Contudo, o empresário emitiu 13 cheques, com valor superior a R$ 160 mil.

Cheque, promissória e ameaça - Na sequência, houve mais empréstimos, sempre cobertos com emissão de cheques, assinatura de notas promissórias e ameaças. De acordo com o processo, o empréstimo de R$ 280 mil resultou em cobrança de R$ 2.673.040,00, além da entrega de bens.

Na ação, são denunciados Name filho e o pai Jamil Name. Num dos episódios de negociação, José Carlos conta que foi chamado à casa da família e diante de uma nova cobrança, se negou a pagar, tendo ouvido de Jamil Name que era melhor fazer o que filho pedia para evitar uma tragédia e, depois, ele daria um jeito de ajudar o empresário.

No processo, os advogados Rhiad Abdulahad e Danny Fabrício Cabral Gomes, informam que os cheques emitidos pelo empresário não eram depositados em contas dos Name, mas utilizado para custeio de propriedades rurais, pagamentos, compra de veículos e de outros agiotas. O juiz Flávio Saad Peron ainda não se manifestou no processo. Segundo o site, o mesmo não conseguiu contato com a defesa de Jamil Name e do filho.

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