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Mãe se desespera sem saber quando enterrará filha morta em posto

Segundo a Sesau (Secretária Municipal de Saúde), a jovem morreu com suspeita de covid-19

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Tatiane em frente ao Instituto Médico Odontológico Legal nesta manhã (Foto: Henrique Kawaminami)

A auxiliar de serviços gerais Tatiane Cristina de Morais Santos, 35 anos, era a imagem do desespero nesta manhã. Ela soube que não há prazo para poder enterrar o corpo da filha, Jenifer Tais Rodrigues de Morais, 18 anos, que viu morrer de uma hora para outra, neste fim de semana.

A jovem faleceu na noite de ontem (12), no CRS (Centro Regional de Saúde) do Tiradentes após tomar duas injeções, de Diazepam e Dexametasona direto na veia, conforme a informação da família. A Sesau (Secretária Municipal de Saúde), porém, diz que a jovem estava sob suspeita de contágio pelo novo coronavírus (covid-19).

Inicialmente, a família havia registrado o caso como morte a esclarecer pois suspeitava de erro médico, mas depois mudou o boletim de ocorrência para morte natural, embora mantenha o pedido de investigação e rejeite a possibilidade de a menina ter sido vítima do novo coronavírus.

“Eu só quero que a Justiça seja feita. Nada vai trazer minha filha de volta”, disse Tatiane em frente ao Imol (Instituto Médico Odontológico Legal).

Como havia a suspeita de erro médico, o corpo foi levado para o Imol (Instituto Médico Odontológico Legal). Lá, seria feito o exame necroscópico e o corpo demoraria pelo menos 15 dias para ser liberado. Como a família alterou o registro para morte natural, foi coletado material genético e levado para o Lacen (Laboratório Central de Mato Grosso do Sul). 

Segundo a Sesau (Secretária Municipal de Saúde), foi pedida prioridade por se tratar de um óbito suspeito da doença. Ainda conforme o órgão, a morte da jovem foi por Srag (Síndrome Respiratória Aguda Grave) e precisa ser investigada. Casos assim geram suspeita de covid-19.

O corpo será liberado com caixão lacrado e vai direto para sepultamento, conforme a secretaria.

Relato - À reportagem, Tatiane disse que continua vendo indícios de erro médico. Segundo ela, sua filha tomou duas medicações direto na veia e na sequência começou a passar mal. “Ela praticamente morreu nos meus braços. Gritava por socorro e ninguém ia lá ver o que estava acontecendo”, disse em prantos, enquanto era amparada pela a família.

Jenifer sofria de bronquite asmática e era a mais velha de quatro irmãos.

Tatiane afirma que a filha sempre quando passava mal era levada para o posto de saúde e que nunca foi aplicada medicação direto na veia. “Ela já chegou a tomar esse remédio. Mas, era diluído no soro”, lamentou.

Segundo a mãe, logo que Jenifer tomou o remédio começou a se coçar. “Comuniquei a enfermeira. Ela disse que era normal. Depois de um tempo, minha filha começou a esticar a perna, a boca ficou pálida. Quando vieram socorrer, a levaram rapidamente em parada cardíaca. Ela foi reanimada, mas teve outra e não resistiu”, contou. A mãe reclama que inicialmente a filha foi diagnosticada com problema emocional. 

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