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Sem vagas em hospitais, Sesau diz preferir pagar multa a mandar pacientes para casa

Paciente morreu em UPA depois de aguardar seis dias por tranferência na Capital

Mesmo com determinação da Justiça que proíbe internação de pacientes por mais de 24 horas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs)de Campo Grande, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) informou que, por falta de leitos em hospitais da Capital e mesmo sob pena de multa, alguns pacientes são mantidos nas unidades em casos mais graves.

Conforme a Sesau, o paciente que chega em uma unidade de saúde é acolhido com a mesma estrutura que ele receberia em um hospital, mas como a UPA não tem amparo legal para internação, existe a necessidade de transferência para hospitais.

Como os hospitais públicos estão com os leitos lotados e não há vagas para compra de leito nos particulares, a Sesau disse que opta por deixar o paciente sendo assistido na UPA a mandá-lo para casa, mesmo sendo passível de multa. Ainda conforme a Sesau, os leitos das unidades foram adequados para acolher os pacientes com classificação de risco de urgência e emergência.

A proibição de internação de pacientes por mais de 24 horas em UPAs de Campo Grande foi determinada pela Justiça em novembro de 2014. Em março deste ano, a prefeitura recorreu da decisão, mas a Justiça manteve a decisão.

A discussão sobre a internação de pacientes foi levantada novamente depois que Joaquim Alves de Araújo, 82 anos, morreu no posto de saúde do Coronel Antonino no sábado (25) depois esperar seis dias por uma vaga.

Segundo relatado por parentes à Polícia Civil, o idoso começou a passar mal na última segunda-feira (20). Diante do problema, um dos filhos resolveu levar o pai até a UPA. Contrariando todas as recomendações do Ministério Público Estadual (MPE) e até da Justiça, o idoso permaneceu internado na UPA, esperando por uma vaga no Hospital Universitário, com diagnóstico de pneumonia e morreu depois de uma parada cardiorrespiratória. 

Em caso semelhante, no dia 27 de junho, o paciente Walcyr Barbosa de Souza, de 33 anos, morreu no posto de saúde do Bairro Tiradentes, enquanto aguardava vaga para ser encaminhado ao Centro de Apoio Psicossocial (Caps). Ele ficou internado no posto por dois dias até que morreu depois de parada cardiorrespiratória.

A Sesau ressaltou que em ambos os pacientes receberam o tratamento adequado para cada caso.

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