- Suposto capanga após dar tiros na Fazenda Agua Clara e detido e amarrado por moradores
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Da fazenda Água Clara, ocupada por índios durante a quarta-feira (27), restou somente a cozinha. O restante foi queimado e a polícia acredita que os responsáveis sejam terenas, que invadiram o local depois de confundir a prisão de um dos integrantes da tribo com sequestro. O caso aconteceu em Sidrolândia, a 64 km de Campo Grande e a polícia investiga.
Lideranças indígenas da região, ouvidos pelo G1, admitem a invasão, mas negam ter cometido os danos ao imóvel.
Foram destruídos sala, quartos, varanda, paiol, parte de uma ponte de madeira e um galpão em que eram armazenados maquinários e ração. Uma imagem de Nossa Senhora e outra de São Miguel Arcanjo, que ficavam na entrada da propriedade, foram quebradas.
Um produtor rural da região afirmou ter visto os índios na fazenda. Contou ao G1 que e estava a caminho da área quando avistou a ponte de madeira pegando fogo. Com a ajuda de um funcionário dele, apagou o incêndio, mas não conseguiu salvar a residência.
ConfusãoSegundo a Polícia Civil, o caso aconteceu quando policiais militares à paisana foram até a fazenda Água Clara para avaliar a situação do local para cumprimento de reintegração de posse. Afrânio Celso Pereira Martins, um dos responsáveis pela propriedade, disse ao G1que a decisão é referente a uma disputa particular entre ele e os irmãos que tentam decidir, na Justiça, o futuro da fazenda e não tem relação com a disputa de terras entre produtores e indígenas.
No caminho, os militares passaram por uma outra propriedade que estava ocupada pelos terenas. Um dos membros da tribo foi flagrado com uma arma, preso e colocado dentro do veículo usado pela corporação. A comunidade confundiu a situação e pensou que se tratava de sequestro.
Foi então que índios entraram na fazenda. Quando representante da Fundação Nacional do Índio (Funai) chegou ao local, montou uma comissão que foi até a delegacia para denunciar o caso, mas quando chegou à unidade, percebeu que o terena estava detido no local. Ele pagou fiança e foi liberado.
Lideranças indígenas disseram ao G1 que avisaram por telefone os companheiros que estavam na fazenda assim que souberam do mal entendido e afirmam que a desocupação foi imediata. A fazenda, segundo eles, estava inteira quando o grupo chegou e deixou a área.
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