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Fogo devora 150 hectares e prejuízo chega a R$ 1 milhão em fazenda

O incêndio durou 12 horas e, ainda na manhã de hoje, aparecem focos. Confinamento tem três mil bois

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(Foto: Henrique Kawaminami)

Incêndio na fazenda Malibu, a 20 km de Campo Grande, na BR-163, deixou um rastro de fuligem cinza em 150 hectares, destruição e prejuízo que pode chegar a R$ 1 milhão. Destinada ao confinamento de 3 mil cabeças de boi, a propriedade rural de 580 hectares foi atingida na tarde de terça-feira (dia 13) por chamas vinda do acostamento da rodovia.

No combate ao fogo, o Corpo de Bombeiros teve ajuda de uma brigada de voluntários, formada por funcionários da fazenda e de propriedades vizinhas, num total de 30 pessoas. O incêndio durou 12 horas, das 14h às 2h da manhã.

O fogo não deixou ferido e nem chegou ao rebanho. Contudo, as perdas materiais foram grandes. De acordo com o arrendatário da fazenda, Natanael Ribeiro Cintra, 72 anos, as chamas consumiram 5 mil postes de cercas, 220 baias utilizadas onde o gado confiando recebe alimentação e água, além de 200 porteiras, que controlavam a passagem dos bois e separam áreas de pasto. Cada porteira tem custo médio de R$ 400.

“O sentimento que fica é de frustração. Vai ser muito complicado levantar tudo isso”, afirma Natanael. A fazenda não tinha seguro, medida que foi adiada diante de dificuldades financeiras. A fazenda já tinha registrado incêndio em junho de 2017, mas com extensão ínfima diante do ocorrido ontem. Na ocasião, foram queimados seis postes.

Com as chamas altas, o que dificultava a aproximação por conta do calor e da fumaça, foi usado o fogo contra fogo. De acordo com Wagner Resende, gerente da fazenda, foi colocado fogo em outra área, que se encontrou com o foco principal do incêndio.

“Graça a Deus não teve nenhuma ocorrência de animal morto e nem funcionário ferido. O prejuízo foi estrutural”, diz. Na manhã desta quarta-feira (dia 14), funcionários percorrem a fazenda de motocicletas para evitar novo incêndio. Havia o temor de que as chamas chegassem a fazendas vizinhas, que cultivam dois mil hectares de milho e 150 hectares de eucalipto.

De acordo com Natanael, a concessionária que administra a BR-163 tem domínio de faixa de dez metros no acostamento, mas faz limpeza em apenas dois metros. Conforme o produtor rural Jorge Silver, a concessionária proíbe que funcionários da fazenda façam limpeza no acostamento.

Segundo a CCR MS Via, o contrato estabelece 35 metros de faixa de domínio, a partir do eixo central da rodovia. "Nesse caso, o Programa de Exploração da Rodovia, determina que tais serviços sejam executados em, no mínimo, 4 metros da largura do pavimento, o que vem sendo realizado".

Agosto incendiário – As condições climáticas de tempo seco e vento forte tornaram esse mês agosto sinônimo de fogo. Ontem, também teve incêndio em terreno ao lado do Museu José Antônio Pereira, na avenida Guaicurus. Nos 13 primeiros dias do mês, o Corpo de Bombeiros já atendeu mais que o dobro de incêndios em Campo Grande.

O comparativo é com o mesmo período do ano passado. Foram 353 ocorrências de fogo em vegetação e edificações: 27 por dia. Só ontem, os bombeiros foram chamados 35 vezes. De 1º de janeiro a 13 de agosto de 2018, os bombeiros atenderam a 147 incêndios na Capital: média de 11 por dia.

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