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Menino de 11 anos diz ter sido agredido por policial e mãe não consegue denunciar

Família do garoto afirma ter retirado queixa por medo de sofrer represálias

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Suposto comportamento abusivo de policial militar contra uma criança de 11 anos é o centro de uma denúncia em Dois Irmãos do Buriti, a 110 km de Campo Grande. Ao menos a tentativa dela, já que a mãe do garoto, Diene Bispo de Oliveira, 27 anos, alega ter dificuldades para conseguir apuração do caso.

Ela relata o que ouviu do filho e de outros dois garotos que estavam com ele no dia 12 de julho, por volta de 16h, quando voltavam de um treino de futebol pela Rua Maracaju, Centro do município. Eles estariam andando pela rua normalmente, quando teria se aproximado o policial em uma motocicleta, com uma mulher na garupa do veículo.

Sem estar trajado com uniformes do ofício, teria começado a caçoar dos meninos, desferindo forte tapa na cabeça do filho de Diene, sem motivo aparente. “Ele chegou em casa chorando muito, com a marca da mão e os dedos do homem no rosto, e os meninos confirmaram o acontecido. Falaram que parecia que o policial queria se aparecer, repetindo que era da polícia”, diz a mãe.

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Foi então que ela e o esposo foram até o pelotão conversar com uma oficial sovre o caso, o que teria lhes sido negado da primeira vez. Depois, procuraram ajuda no Conselho Tutelar, prestaram a queixa, mas também não conseguiram garantias de que haveria qualquer punição. Com medo de represálias, retiraram a reclamação.

Diene diz ter sido chamada para retornar ao pelotão, onde teria sido novamente pressionada para abandonar a denúncia. “Com o policial lá enquanto eu tentava, quiseram dizer que meu filho estava mentindo. A cidade é pequena todo mundo conhece o policial, mostrei uma foto dele e da mulher para o meu filho, que garantiu ser ele mesmo”, conta.

Ela conseguiu fazer o boletim de ocorrência em uma delegacia, mas compartilhou sua frustração nas redes sociais. Com a ajuda de uma colega jornalista de Aquidauana, município próximo, conseguiu contato com o Capitão Ferraz, que não questionou a veracidade do seu relato e garantiu investigar o caso.

“É uma pena que uma situação absurda dessa não seja levada a sério. Não teria porquê a gente mentir, meu filho inventar, eu vi o vermelhão, só me arrependo de não ter tirado foto. Falam para a gente ter cuidado, que pode ter vingança, mas não é justo”, afirma a mãe, que aguarda agora pela apuração da denúncia.

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