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Única ligação entre cidades alagadas, passarela exige paciência de moradores

Aquidauana e Anastácio têm bairros debaixo d'água

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Foto: Henrique Kawaminami

Cidades irmãs, Anastácio e Aquidauana compartilham o drama de moradores que precisam tentar seguir com a rotina mesmo com parte das duas cidades debaixo d’água. A única ligação entre os municípios agora é o Rio Aquidauana, que inundou ontem (20) depois das chuvas. Para impedir o isolamento das cidades, o Exército instalou passarela, que exige paciência dos moradores que transitam entre as duas cidades.

A instalação da passarela sobre o rio terminou nesta madrugada e por volta das 7 horas de hoje centenas de pessoas faziam fila em Aquidauana a Anastácio para acessar as duas cidades. A espera para usar a passarela passou de 3 horas.

A cuidadora Isolina Cardoso, de 45 anos, mora em Anastácio, mas trabalha em Aquidauana. Ela chegou na fila da passarela às 7 horas, mas só conseguiu chegar do outro lado às 10 horas. “De manhã só passaram 8 por vez, agora de tarde estão 20 por vez”, conta.

Militares do Exército auxiliam os moradores na travessia. Todos precisam usar coletes salva-vidas para evitar qualquer incidente. A demora para completar o trajeto deu a ribeirinhos que têm botes e barcos a opção de uma renda extra: transporte entre as duas cidades. Alguns cobram R$ 5 para levar uma pessoa de um lado a outro, e o serviço está sendo usado por muita gente.

Sustos e prejuízos

Entre os moradores de Anastácio ouvidos pelo Jornal Midiamax, a enchente história de 1990, que também deixou as duas cidades debaixo de muita água, é sempre lembrada.

Todos são unânimes em dizer que a cheia desta semana é menor do que a registrada há 28 anos, mesmo assim, os sustos e prejuízos para comerciantes são amargados por muita gente,

Carlos Araújo, de 81 anos, e Clara Maidana, de 80 anos, são donos de uma peixaria famosa em Anastácio, localizada na praça da cidade. Eles têm o negócio há 17 anos e já esperavam que as chuvas fossem causar prejuízos.

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Prevenidos, eles e a filha que administra o negócio, Marilde Lima, de 60 anos, subiram todos móveis do estabelecimento ontem mesmo. A família está dormindo na praça da cidade porque a moradia também é onde fica o restaurante. “A água bate no peito, estamos literalmente dormindo na praça”, disse.

As irmãs Aparecida Brito Paim, 51 anos, e Ivanilda Brito, de 56 anos, têm comércios de utilidades domésticas e roupas, ambos instalados na praça de Anastácio. As duas também vivem o drama de vários moradores, que estão praticamente sem dormir temendo que o nível da água aumente.

“Ficou um dedo para entrar água na loja. Deus é poderoso e não deixou entrar”, disse Ivanilda.

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