Publicado em 14/11/2017 às 16:30, Atualizado em 14/11/2017 às 19:41

Puccinelli e filho fazem exame de corpo de delito no Imol e voltam para PF

Os dois estão presos preventivamente

Aliny Mary Dias e Clayton Neves,
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 Foto: Henrique Kawaminami

O ex-governador André Puccinelli e o filho dele, advogado André Puccinelli Júnior, deixaram a sede da Polícia Federal por volta das 14 horas desta quarta-feira (14) e foram levados em uma van da PF até o Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), na Vila Ipiranga, na Capital.

Os dois foram presos preventivamente nesta manhã durante cumprimento da Operação Papiros de Lama, desdobramento da Lama Asfáltica, que investiga desvios de recursos públicos no montante de R$ 235 milhões, entre os anos de 2007 e 2014.

No Imol, Puccinelli e o filho foram submetidos a exame de corpo de delito. Depois de cerca de 20 minutos no instituto, os dois deixaram o local novamente em uma van da PF, escoltada por uma viatura. Os dois foram levados de volta para a sede da PF.

O encaminhamento do ex-governador e do filho para uma delegacia ou presídio da Capital só deve ocorrer após a PF solicitar vaga à Agepen (Agência Estadual de Administração Penitenciária Estadual), que definirá o destino dos dois.

Investigação

​De acordo com a PF o grupo criminoso, com a participação dos Puccinelli, direcionou licitações, superfaturou obras públicas, fez compra fantasmas de produtos, financiou atividades privadas de estatais sem relação com atividade-fim do órgão, cobrou propina para conceder incentivos fiscais e corrompeu agentes públicos.

Após os desvios, o grupo agiu em diversos processos para tentar esconder a origem do dinheiro arrecadado de forma ilícita, o que configurou o crime de lavagem de dinheiro.

A empresa do filho do ex-governador é suspeita de vender livros jurídicos para uma concessionária de serviços públicos sem relação alguma com universo dos advogados. Essa seria uma das formas de lavar o dinheiro desviado.

Nesta etapa da operação, a PF informou que houve colaboração de alguns investigados. Com a delação, exames periciais e análise de diversos documentos apreendidos nas outras quatro fases da Lama Asfáltica, os policiais conseguiram comprovar desvios e superfaturamentos de obras públicas.

Ao todo estão sendo cumpridos dois mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária, seis de condução coercitiva, 24 de busca e apreensão, além do sequestro de valores nas contas bancárias de pessoas físicas e empresas investigadas, nas cidades de Campo Grande, Nioaque, Aquidauana e São Paulo.