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Detentos fazem demonstração de força em presídio de Mato Grosso do Sul

Presos fizeram espécie de motim e jogaram armas artesanais no pátio da penitenciária

Massa carcerária da Penitenciária de Segurança Máxima de Dourados, a segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, promoveu episódio de demonstração de força para tentar intimidar a Segurança Pública do Estado. Na terça-feira (17), presos arremessaram ao pátio diversas armas confeccionadas artesanalmente, como forma de mostrar poder. Por conta disso, policiais militares do Batalhão de Choque de Campo Grande foram acionados e se deslocaram para Dourados. Em procedimento de revista minuciosa, apreenderam objetos de origem ilícita, bem como encontraram um buraco cavado na parede de uma das celas.

Conforme informações de um oficial que teve o nome preservado, presos fizeram espécie de motim e jogaram armas artesanais, mais conhecidas como “chuchos”, no pátio do presídio. A intenção deles foi desafiar a Segurança Pública e sugerir que estão com o domínio da situação, já que assim como no estabelecimento penal de Segurança Máxima de Campo Grande, na unidade prisional de Dourados também há integrantes de uma das maiores facções criminosas do País, o Primeiro Comando da Capital (PCC). A demonstração de força teria sido feita para reivindicar melhorias no sistema carcerário, que, além de certa precariedade nas estruturas está abalado pela extrapolada lotação de presos. 

Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de MS (Sinsap), André Santiago, que, de forma pacífica ao contrário dos presidiários, luta pela mesma causa, está três vezes maior que a capacidade. 

O local tem espaço para suportar 700 detentos e atualmente abriga cerca de 2,2 mil. Número alto para a quantidade dos servidores que trabalham na custódia dos presos.

Revistas

Equipe do Batalhão de Choque de Campo Grande viajou na madrugada de ontem ao município de Dourados e passou toda a manhã nas dependências do presídio dando amparo para agentes penitenciários em revistas. Foram encontradas dezenas de facas artesanais, produzidas com uma porta de ferro que fora arrancada da própria penitenciária. 

Também foi encontrado um buraco na parede de uma cela do pavilhão superior, que não tinha acesso ao lado de fora, mas a outro compartimento de prisão. A Agência Estadual de Administração Penitenciária (Agepen) não se manifestou sobre o episódio e se há alguma medida de segurança programada como enfrentamento ao desafio proposto pela massa de presidiários.

No último dia 11, o agente penitenciário Carlos Augusto Queiroz de Mendonça foi morto no Presídio Aberto de Campo Grande. As informações são de que ele foi morto a mando do PCC. Cinco pessoas foram presas e acusadas do assassinato.

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