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Crise nos frigoríficos faz preço da carne encarecer 50% em um ano

Crise fez consumidor pagar mais caro pela carne. (Foto: Marcelo Victor/O Estado MS)

A crise na indústria frigorífica de Mato Grosso do Sul já traz efeitos para consumidor, de acordo com donos e gerentes de supermercados e casas de carne de Campo de Grande. “A diminuição dos abates nos frigoríficos tem afetado os negócios. Como a oferta de bois para abate diminuiu bastante, os preços têm subido significativamente. 

Essa situação se agravou muito nos últimos 90 dias,” conta o gerente comercial do mercado Santo Antônio, Gustavo Pereira. “Um frigorífico que era nosso fornecedor faliu esse ano”, acrescenta Pereira. Por conta disso, o preço da carne encareceu até 50% em um ano.

De acordo com a Assocarnes (Associação dos Frigoríficos, Matadouros e Distribuidores de Carne de Mato Grosso do Sul), 14 plantas frigoríficas foram fechadas no Estado nos últimos dois anos. 

Para tentar barrar o alto número demissões- pelo 1,5 mil trabalhadores já foram mandados embora no Estado-, a associação solicitou ao governador Reinaldo Azambuja um estudo para subsidiar investimentos na cadeia produtiva. “Nossa intenção é melhorar o setor da carne como um todo, principalmente para o pequeno e médio empresário, desde o produtor, passando pelo frigorífico, pelo distribuidor até chegar ao consumidor”, aponta a entidade.

Enquanto este plano não sai do papel, os comerciantes sentem mudanças no movimento e no hábito dos consumidores na hora de ir às compras. “Como a demanda pela carne de segunda cresceu, os frigoríficos aumentaram o preço desta carne. A demanda por carne de segunda aumentou porque o consumidor está economizando mais. Daí os frigoríficos se aproveitam para subir os preços. 

Esse aumento expressivo da carne de segunda começou há cinco meses”, explica Carlos Silveira, proprietário do mercado e açougue Triunfo. Os empresários evitam falar em valor e garantem que têm feito o que podem para segurar a alta e não repassá-la para os clientes.

Por causa desse aumento da carne, o movimento de clientes caiu nos últimos meses. “Tinha clientes que era sagrado todo dia vir comprar um ou um quilo e meio de carne de primeira. Mas, agora, eles mudaram de hábito passaram a comprar mais carne moída e em quantidades menores. 

Como o estabelecimento de Silveira também funciona um mercado de conveniências, o comerciante afirmou que tem aumentado a busca por outros produtos, como ovos, para substituir a carne mais cara. Outra mudança de hábito dos clientes que está dificultando as vendas é a queda no movimento na segunda-feira. “Nos últimos quatro meses, esse está sendo o pior dia para mim. A venda de carne quase parou na segunda-feira provavelmente porque as pessoas estão reaproveitando a carne do churrasco no final de semana”.

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