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Dólar sobe e volta a bater R$ 3,79, de olho no exterior e BC

Na véspera, a moeda dos EUA ficou no mesmo patamar do dia anterior, terminando o dia vendida a R$ 3,7122.

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Divulgação

O dólar opera em alta na tarde desta quinta-feira (14), em sessão de forte volatilidade, de olho na trajetória da moeda norte-americana no exterior. Os investidores também avaliam as intervenções do Banco Central no mercado de câmbio para tentar frear a disparada do dólar.

Às 15h20, a moeda norte-americana subia 1,76%, vendida a R$ 3,7783. Na máxima da sessão até o momento chegou a R$ 3,7938. Na mínima, foi a R$ 3,6863. Veja mais cotações. Já o dólar turismo era negociado a R$ 3,984.

"O Branco Central está tentando peitar o mercado, e o mercado obviamente está com um desconforto muito grande", disse ao G1 o economisa André Perfeito, da Spinelli, em referência ao aumento da intervenção do BC em meio à sequência de alta da moeda dos Estados Unidos. "O mercado pergunta qual é o tamanho do fôlego que o BC tem para continuar."

Operações do BC

A continuidade da atuação discricionária do BC brasileiro no mercado contribuiu mais cedo para a queda do dólar. Nesta manhã, o BC vendeu integralmente o lote de até 40 mil novos swaps cambais, ou US$ 2 bilhões. No fim da semana passada, o BC informou que injetaria US$ 20 bilhões até esta sexta-feira por meio de swaps cambiais; até agora, foram US$ 15 bilhões deste total.

O BC vendeu ainda a oferta integral de até 8.800 swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem, já somando US$ 4,4 bilhões do total de US$ 8,762 bilhões que vence em julho. Se mantiver esse volume até o final do mês, fará rolagem integral.

O Banco Central corre contra o tempo para cumprir sua promessa e injetar um volume bilionário de swap cambial no mercado até esta sexta-feira. Isso porque, há uma semana, o Banco Central informou que colocaria no sistema US$ 20 bilhões em contratos novos de swap, para além da oferta diária de US$ 750 milhões. Com isso, até o dia 15, o montante total dos leilões chegaria a US$ 24,5 bilhões. De lá para cá, foram vendidos US$ 17,75 bilhões em contratos de swap.

Cenário externo

O mercado repercute ainda a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de anunciar que vai acabar com seu programa de compras de títulos, mas que isso não significava juros maiores no curto prazo.

"O anúncio do BCE de que vai encerrar suas compras de ativos é provavelmente um pouco mais ousado do que os mercados esperavam, mas isso é temperado pela promessa do BCE de manter as taxas de juros por mais de um ano", escreveu a economista-chefe da empresa de pesquisas macroeconômicas Capital Economics (CE) para Europa, Jennifer McKeown, segundo a Reuters.

O BCE decidiu nesta manhã encerrar o programa de compra de títulos de 2,55 trilhões de euros no final do ano e informou que os juros permaneceriam inalterados até o verão de 2019 (no Hemisfério Norte).

De outubro a dezembro, o BCE planeja comprar 15 bilhões de euros em títulos por mês e fechar o esquema no fim de 2018.

A decisão do banco europeu vem um dia depois de o Federal Reserve, banco central norte-americano, ter anunciado que pretende elevar os juros quatro vezes neste ano, ambas decisões com implicações sobre o fluxo global de recursos e impacto sobre países emergentes, como o Brasil.

O mercado monitora pistas sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos porque, com taxas mais altas, o país se tornaria mais atraente para investimentos aplicados atualmente em outros mercados, como o Brasil, motivando assim uma tendência de alta do dólar em relação ao real.

"Preocuparia o mercado se o BCE antecipasse o fim dos estímulos. Por enquanto, caiu bem a decisão", comentou à Reuters o diretor de operações da corretora Mirae, Pablo Spyer.

Sessão anterior

No dia anterior, a moeda dos EUA ficou no mesmo patamar do dia anterior, terminando o dia vendida a R$ 3,7122. Já o dólar turismo era vendido perto de R$ 3,87, sem considerar Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O dia foi marcado por intervenção mais forte do Banco Central no câmbio.

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