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Dólar sobe mais de 3% e encosta em R$ 3,90, com preocupações políticas

Moeda tem maior alta diária em mais de 4 anos e fecha a R$ 3,8935.Na sexta-feira, dólar tinha encerrado o pregão cotado a R$ 3,7588.

(Foto: Ricardo Moraes/Reuters)

O dólar fechou em alta de mais de 3% nesta terça-feira (13), voltando a encostar em R$ 3,90, fechando a sessão com a maior alta diária em mais de quatro anos, refletindo as fortes incertezas em torno da eventual abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e o ambiente de aversão a risco nos mercados externos.

A moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 3,58%, cotada a R$ 3,8935 para venda, após ter encerrado a R$ 3,7588 na sexta-feira passada. Veja a cotação do dólar hoje.

Trata-se do maior avanço diário desde 21 de setembro de 2011, quando subiu 3,75% Na máxima da sessão, foi a R$ 3,8962.

No mês, o dólar ainda acumula queda de 1,82%. No ano, a valorização é de 46,44%.

Na semana passada, o dólar tinha acumulado queda de 4,74%, maior baixa semanal desde o fim de 2011.

Bovespa cai 4%

O cenário político conturbado e preocupações sobre a economia da China também refletiram na bolsa, que teve sua maior queda diária desde dezembro de 2014. O Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, caiu 4%, a 47.362 pontos.

Veja cotação do dólar ao longo do dia:Às 9h09, subia 1,17%, a R$ 3,8031Às 9h49, subia 1,21%, a R$ 3,8046Às 10h09, subia 1,76%, a R$ 3,8251Às 10h29, subia 2,24%, a R$ 3,8433Às 11h18, subia 1,95%, a R$ 3,8322Às 11h48, subia 1,86%, a R$ 3,8286Às 12h48, subia 1,89%, a R$ 3,8298Às 13h18m subia 1,92%, a R$ 3,8298Às 14h10, subia 2,42%, a R$ 3,8496Às 15h05, subia 2,27%, a R$ 3,8442Às 15h40, subia 2,79%, a R$ 3,8635Às 16h, subia 2,93%, a R$ 3,8691Às 16h25, subia 3,23%, a R$ 3,8801

Tensão políticaO cenário local está muito nebuloso, muito incerto. Isso faz o mercado assustar, disse à Reuters o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.

O Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu nesta terça-feira liminares que, na prática, seguram momentaneamente o desenvolvimento de eventual processo de impeachment de Dilma, que ganha mais tempo em meio à intensa disputa política que trava no Congresso.

Se a decisão do STF não interfere no poder do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de deliberar sobre os pedidos do impeachment, na prática deixa incerto o plano da oposição de apresentar recurso em plenário para eventual rejeição de Cunha ao pedido de impeachment, como era o script elaborado pelos oposicionistas.

A perspectiva de que o Congresso deve demorar para votar os vetos presidenciais que têm impacto sobre as contas públicas também provocou apreensão entre os investidores.

A semana começa quente em Brasília, resumiu o operador da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa.

Cenário externoA incerteza local somou-se ao mau humor nos mercados externos. Uma queda mais forte nas importações da China, importante referência para investidores em mercados emergentes, em setembro deixou economistas divididos sobre a performance do setor comercial do país, apesar de as exportações terem caído menos que o esperado.

O Banco Central deu continuidade nesta manhã à rolagem dos swaps cambiais que vencem em novembro, vendendo a oferta total de até 10.275 contratos, equivalentes a venda futura de dólares. Até agora, a autoridade monetária já rolou US$ 4,094 bilhões, ou cerca de 40%do lote total, que corresponde a US$ 10,278 bilhões.

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