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Quase metade do brasileiro acima de 45 não poupa focando aposentadoria

A aposentadoria não é prioridade para 81% dos brasileiros em idade ativa (entre 25 e 44 anos), contra 85% na média global, apesar de quase metade dos brasileiros (49%) afirmar que temem dificuldades financeiras nesta época da vida. Em média, os pré-aposentados (45 anos ou mais) desejam que a sua poupança de aposentadoria e os seus investimentos (excluindo pensões) durem 11 anos. No Brasil, 42% que estão se aproximando da aposentadoria não poupam ou não têm a intenção de poupar para este fim. Globalmente, esse índice é de 32%. Essas são algumas das conclusões de um estudo global sobre o futuro da aposentadoria, realizado pelo HSBC com 17 mil pessoas em 15 países, sendo mais de mil entrevistados no Brasil.

O estudo ?O Futuro da Aposentadoria - Um ato de equilíbrio?, divulgado hoje, reúne informações sobre a intenção de poupar e o comportamento dos brasileiros em relação à aposentadoria: 

Outras prioridades, como o pagamento de dívidas, impedem que brasileiros em idade ativa poupem de forma adequada para terem uma aposentadoria confortável. 41% não estão se preparando adequadamente para a aposentadoria. Destes, 34% não se preparam porque vêem as dívidas como barreira.

No Brasil, mais de um terço (36%) dos aposentados dizem que gostariam de ter poupado mais, ter desenvolvido um plano financeiro para o futuro (35%) e/ou ter salvado uma pequena quantidade regularmente (33%) para melhorar seu padrão de vida na aposentadoria. Globalmente, 35% dos aposentados dizem que queriam ter começado a poupar mais cedo.

Mais de metade (53%) dos pré-aposentados brasileiros não está, ou não pretende poupar especificamente para a aposentadoria.

Ainda segundo o estudo, 52% dos brasileiros em idade ativa acreditam que sua renda não está acompanhando o ritmo com o custo de vida, enquanto que a média global é de 44%. 

Apesar dos sinais recentes de recuperação, a poupança de aposentadoria continua a ser significativamente impactada pela crise econômica global. Muitas pessoas em idade ativa têm interrompido ou reduzido a sua poupança de aposentadoria, seja por meio de anuidades (36% dos entrevistados no Brasil e 22% dos entrevistados globalmente), investimentos (34% Brasil; 25% na média global), sistemas de seguros (33% Brasil) ou depósitos em dinheiro (33% Brasil e 24% global).

A manutenção de um padrão de vida confortável durante a aposentadoria é uma preocupação real para muitos. Quase um terço (32%) dos pré-aposentados não estão confiantes em sua capacidade de manter um padrão de vida confortável, uma vez que pararem de trabalhar. A média global sobe para 35%.

A maioria dos brasileiros em idade ativa têm outras prioridades em vez da aposentadoria. 83% dos entrevistados se preocupam em ter dinheiro suficiente para viver confortavelmente contra 67% da média global, e ter o suficiente para viver no dia-a-dia (81% Brasil contra 64% da média global). Ficar sem dinheiro é uma preocupação para quatro em cada cinco pessoas em idade ativa. Apesar disso, quase metade (49%) de pessoas em idade ativa dizem temer dificuldades financeiras na aposentadoria.

Para a maioria (87%) dos brasileiros em idade ativa, poupar para a aposentadoria não é prioridade. Os principais itens incluem o pagamento de dívidas (18%), economia para as férias (9%), a poupança para emergências (9%), e a realização de melhorias na residência (8%). Na média global, 36% priorizariam a compra de uma casa ou pagamento de hipoteca em vez de poupar para a aposentadoria.

Algumas das principais razões pelas quais as pessoas não se preparam adequadamente para manter um padrão de vida confortável na aposentadoria são: condições financeiras: 29% dos pré-aposentados brasileiros dizem que não podem dar ao luxo de se preparar adequadamente. A média global é de 35%. Compromissos financeiros mais imediatos: Mais de um terço (34% Brasil contra 45% na média global) dos pré-aposentados dizem que estão pagando outras dívidas e quase um quarto (23%) dizem que tiveram uma despesa inesperada.

Não começar a poupar cedo o suficiente: Cerca de metade dos pré-aposentados (54%) e dois em cada cinco aposentados (42% Brasil contra 37% da média global) admitem que não começaram a poupar cedo o suficiente. Não estavam cientes de quanto e quando começar poupar: 22% dos aposentados dizem que não perceberam o quanto era necessário economizar para a aposentadoria. 30% dos entrevistados no mundo citam a falta de informação sobre quando começar a poupar.A pesquisa mostra ainda uma diferença entre as intenções de pré-aposentados e a realidade vivida pelos atuais aposentados. Ao longo da vida profissional, os pré-aposentados planejam poupar em média 19% de sua renda para a aposentadoria e investimentos (excluindo pensões). Porém, na realidade, os aposentados reservaram apenas 15% de sua renda ao longo de sua vida profissional. 

Pessoas em idade ativa não têm poupança e investimentos suficientes para durar a aposentadoria inteira. Em média, os pré-aposentados esperam que sua poupança de aposentadoria e investimentos (excluindo pensões) durem 11 anos em sua aposentadoria. 

Com brasileiros, em média, se aposentando próximo aos 55 anos de idade e com a expectativa de vida no Brasil, de 74 anos, os pré-aposentados enfrentam um gap de oito anos. 

Entre os pré-aposentados, as mulheres em particular não têm poupança suficiente e investimentos para renderem por toda sua aposentadoria. Elas esperam que sua poupança de aposentadoria e investimentos dure apenas 10 anos, o que deixa uma lacuna de 12 anos, considerando um período médio de aposentadoria de 22 anos. 

Quando se trata de boas maneiras para ter renda para a aposentadoria, mais de três em cada cinco (62%) aposentados têm confiança em imóveis, seguido de uma poupança comum (59%), investimentos (51%) e regimes de pensões do empregador (46%). 

A crise econômica continua a impactar negativamente o modo como as pessoas a poupam para a sua aposentadoria. Em comparação com o período anterior a recente recessão global, muitas pessoas em idade ativa têm interrompido ou reduzido a sua poupança de aposentadoria, por meio de anuidades (36%), investimentos (34% Brasil contra 25% da média global), sistemas de seguros (33%) ou depósitos em dinheiro (33% Brasil contra 24% da média global). Além disso, mais de um quarto (28%) reduziram ou deixaram de pagar alguma pensão pessoal. Apesar disso, 51% dos pré-aposentados sentem-se mais confiantes sobre suas perspectivas financeiras futuras hoje do que há um ano. 

- Esses números revelam que a organização e a disciplina associadas ao planejamento já são um grande fator de impulso para uma aposentadoria com maior disponibilidade. É muito importante que se comece um planejamento da aposentadoria com antecedência. Quando o planejamento é assistido, os resultados são ainda melhores - afirma Alfredo Lalia, CEO de Seguros do HSBC no Brasil.

Aposentados vão às ruas na sexta-feira por direitos e dignidade

O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos, ligado à Força Sindical, realizará dia 24 de janeiro - Dia Nacional do Aposentado - das 9 às 13 horas, em frente à sede (Rua do Carmo, 171, Centro, São Paulo/SP) um grande ato para reafirmar as lutas da categoria.

O Dia Nacional do Aposentado foi instituído em 1923, quando o presidente Artur Bernardes sancionou um Projeto de Lei do deputado Eloy Chaves, em que criava uma caixa de aposentadoria e pensões para os funcionários das empresas de Estrada de Ferro do Brasil. Esta lei é considerada o início da previdência social.

O Sindnapi intensificará as ações para que o governo estabeleça uma política de aumento real aos benefícios com valores acima do salário mínimo; para que seja aprovado o direito à desaposentação, mecanismo de compensação àqueles que se aposentam e continuam contribuindo; pela extinção do Fator Previdenciário, mecanismo que retrai em até 40% os ganhos dos trabalhadores no momento de sua aposentadoria; pela isenção do Imposto de Renda aos idosos; pela manutenção da política de recuperação do salário mínimo; por políticas para as mulheres acima de 50 anos; dentre outras bandeiras de luta.

Outra luta do Sindnapi é para que os direitos dos idosos sejam aplicados e respeitados na sociedade. O Estatuto do Idoso, criado em 2003, representou avanços para os milhões de aposentados brasileiros, no entanto, ainda há um distanciamento entre a teoria e a prática.

- Por mais absurdo que possa parecer, grande parte de nossas reivindicações já existem como leis, mas não existem de fato - ressaltou Carlos Ortiz, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2020, a população brasileira será formada por 15% de idosos, aproximadamente 32 milhões. No mundo, conforme apontou estudo da Organização Mundial da Saúde, os idosos acima de 60 anos já correspondem a 12% da população mundial e estima-se que até 2050 formem um grupo com 2 bilhões de pessoas.

- Não dá mais para conviver com o preconceito dos poderes públicos, em que o idoso é visto como um peso para o Estado - destacou João Inocentini, presidente licenciado do Sindnapi.

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