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Ágatha/Bárbara encerra invencibilidade de Walsh e põe Brasil na final após 12 anos

Norte-americana nunca havia perdido uma partida olímpica; Brasil volta à final feminina e enfrentará alemãs

Kerri Walsh nunca havia perdido uma partida de vôlei de praia nos Jogos Olímpicos. Até cruzar o caminho de Ágatha e Bárbara Seixas. As brasileiras campeãs mundiais encerraram a invencibilidade de 26 jogos da norte-americana ao superaram ela e a parceira, April Ross, por 2 sets a 0 (22/20, 21/18), em 48 minutos, na madrugada desta quarta-feira (17.08).

A disputa pela medalha de ouro do torneio feminino ocorre já nesta quarta-feira (17.08), às 23h59, contra as alemãs Laura Ludwig e Kira Walkenhorst. Já Walsh e Ross disputam a medalha de bronze contra Larissa e Talita, às 23h, também na quarta-feira. Assim, o Brasil poderá terminar com três medalhas no vôlei de praia – Alison e Bruno também estão na final.

O Brasil volta à decisão do torneio feminino após ficar fora nas duas últimas edições dos Jogos Olímpicos. A última havia sido em Atenas-2004, quando Adriana Behar e Shelda ficaram com a prata ao perderem para a própria Walsh, jogando ao lado de Misty-May. Ágatha e Bárbara estão em sua primeira edição dos Jogos.

Bárbara Seixas comentou a vitória, mas pediu atenção e foco para a final do torneio, contra as alemãs Laura e Kira.

“Apesar de ter sido maravilhoso, qualquer jogo nas olimpíadas é muito perigoso. Foi muito importante, histórico, mas temos que virar essa chave, nos prepararmos demais. As alemãs são um time muito perigoso. Não venceram nossa outra dupla brasileira, uma das mais fortes do mundo, por acaso. Temos que estar atentas. Vamos estudar, fazer tudo como estamos fazendo até agora”, disse Bárbara.

Ágatha falou sobre a parte psicológica de encarar uma atleta com invencibilidade em Jogos e que possui três ouros olímpicos.

“A gente não focou nisso (em tirar a invencibilidade de Walsh), nosso objetivo vou sempre focar em nosso jogo. Sabíamos que se entrássemos nesse favoritismo, já começaríamos perdendo. Vamos concentrar no nosso, só assim teremos alguma chance. Isso foi o primeiro, antes de pensarmos em tática, técnica, qualquer coisa”, disse Ágatha, que completou.

“Foi nosso melhor jogo contra elas. E nos Jogos, estamos conseguindo aumentar nosso nível de concentração a cada partida. Melhorando em cada duelo. Manter o nível de agressividade, num torneio longo, jogo tarde. Manter essa calma e esse foco é importantíssimo. Favoritismo era delas.

As brasileiras já enfrentaram as alemãs em cinco oportunidades, tendo vencido uma vez. O último duelo ocorreu na final do Major Series de Hamburgo, quando Laura e Kira venceram em casa. Contra Walsh, porém, o retrospecto também era negativo.

Na partida desta quarta-feira, o saque das brasileiras fez a diferença. Quebrando frequentemente o passe de Walsh, Ágatha e Bárbara ganharam moral e também pontuaram. Foram cinco aces contra um das norte-americanas. A paranaense também prevaleceu na rede, com três bloqueios, contra dois de Kerri Walsh.

O JogoAs brasileiras começaram com a estratégia de preparar os ataques por trás da levantadora. Os times viravam seus ataques, até que as norte-americanas erraram um ataque e as brasileiras abriram 5 a 3. Ágatha e Bárbara foram mantendo vantagem até que, em erros e um bom bloqueio de Walsh sobre Bárbara, os EUA empataram: 9 a 9. Na parada técnica, a dupla brasileira campeã mundial vencia por 11 a 10.

Em bola disputada na rede, as norte-americanas viraram para 12 a 11. As brasileiras se mantiveram focadas e viraram em bola para fora de Ross. Ross, em contra-ataque, virou e aumentou a diferença para as norte-americanas: 18 a 16. O placar de reviravoltas continuou. Ataque das brasileiras e erro de recepção de Walsh: 19 a 18. Ponto a ponto, o time do Brasil fechou em ace de Bárbara.

As brasileiras continuaram bem no segundo set. Em contra-ataque de Bárbara, o time abriu 4 a 2. Ágatha passou a brilhar no bloqueio. Dois ‘paredões’ seguidos sobre Walsh e vantagem de quatro pontos. As norte-americanas empataram em erro de ataque de Bárbara: 8 a 8. No tempo técnico, as brasileiras venciam por 11 a 10.

Bárbara estava inspirada na defesa. Em contra-ataque perfeito da carioca, as brasileiras conseguiram aumentar novamente a vantagem: 13 a 11. Um rally em especial levantou a torcida. Defesas difíceis dos dois lados, encerradas com ponto brasileiro. As brasileiras não diminuíram o ritmo em nenhum momento e chegaram a 16 a 14.

Ágatha entrou em ação com sua arma forte. Bloqueio impressionante sobre Walsh e 17 a 14 no placar, causando pedido de tempo das norte-americanas. A torcida em Copacabana entrou na contagem regressiva. Uma largada de Ágatha, uma largada de Bárbara e uma diagonal potente de Ágatha deram o ponto do jogo às brasileiras. Walsh salvou a primeira. Na segunda, diagonal potente de Ágatha e decisão para as brasileiras.

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