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Aldo abre o jogo, comenta revés para McGregor e diz: Não aceito outra luta sem ser pelo cinturão

(Foto: UFC)

Desde que sofreu a dura derrota para Conor McGregor no UFC 194, realizado em dezembro do ano passado, onde foi nocauteado em apenas 13 segundos e perdeu o cinturão peso-pena do Ultimate, José Aldo adotou o descanso e pouco falou sobre o turbulento ano de 2015. No entanto, na última terça-feira (12), o brasileiro resolveu romper o silêncio e, em entrevista ao Portal do Vale Tudo, declarou que o revés para McGregor – o segundo em sua carreira – foi pior que a finalização por mata-leão sofrida para Luciano Azevedo, em 2005, quando ainda lutava pelo Jungle Fight, além de debater muitos outros assuntos de destaque.

“(A derrota para Conor McGregor) foi muito pior. Por isso fiquei tão chateado. A gente treinou o ano inteiro, estava tudo certinho, mas chegou na hora e não teve luta. Lógico que ele teve o mérito dele em acertar o golpe, mas foi um erro meu, onde eu fui fazer uma coisa que eu sempre faço, um ataque seguro, e na hora eu fiz certo, mas ele teve o mérito de sair, colocar a perna no lugar certo, me acertou um golpe, eu acertei um também, mas ele acertou mais encaixado. Mas é isso, o frustrante é treinar, se preparar para a luta, chegar lá e acontecer do jeito que foi. Eu preferia ter entrado na porrada, ter lutado, entrado vários socos, do que essa que não teve luta nenhuma pra mim”, declarou Aldo, que logo depois procurou esclarecer a estratégia traçada na luta, onde tentou conectar uma rápida entrada , mas foi surpreendido com o golpe de encontro aplicado.

“É até bom esclarecer isso. Minha entrada foi uma entrada normal. Quem é conhecedor de Boxe vai entender isso, quem é do meio da luta conhece isso. Eu vi algumas pessoas falando que eu nunca ataquei, que nunca fiz algo assim. Eu já venci uma luta em oito segundos e tinha sido meu primeiro ataque. Foi contra um cara duríssimo, que era o Cub Swanson. Fui lá em sete ou oito segundos e ganhei a luta, mas ninguém fala disso. Nessa última fui fazer um ataque normal, quem conhece ou treina Boxe tem esse conhecimento. Joguei meu pé fora, como tem que fazer, fui jogar um direto no peito pra achar a distância e cruzar com a esquerda. Só que eu me projetei bastante. Foi um ataque seguro, um ataque simples que eu vinha fazendo, que todo mundo faz com um canhoto. Ele também teve o mérito dele. Eu errei, acho que minha mão não voltou no lugar certo, minha cabeça foi muito pro alto porque me projetei bastante, mas o ataque foi seguro. Eu já tinha feito um ataque, ele tentou pisar no meu joelho, jogou um direto, eu saí e fui fazer um ataque normal, sem raiva e sem nada, ali estou totalmente voltado pra luta. A gente tinha uma estratégia pra fazer, mas não deu tempo. No ataque, ele teve a felicidade de acertar um bom golpe e encerar a luta”, afirmou o ex-campeão.

O próximo desafio de Conor McGregor será contra Rafael dos Anjos, pelo cinturão peso-leve do Ultimate, em luta que acontecerá no dia 5 de março, pelo UFC 197. Desta forma, o irlandês subirá de categoria na tentativa de repetir o feito atingido no evento Cage Warriors, onde conquistou títulos nos penas e também nos leves. Aldo revelou que, quando assinou o contrato e McGregor fez o mesmo, a intenção era de que o vencedor do combate fosse lutar na categoria de cima, mas que o mesmo abandonasse a cinta na de baixo. Ao ver que o que foi combinado não está sendo cumprido, o lutador da Nova União declarou que Conor está mandando dentro da organização e criticou as recentes atitudes do Ultimate.

“A gente, quando assinou o contrato, a intenção era de que o vencedor fosse lutar no peso de cima, mas a gente teria que abandonar o cinturão da categoria de baixo. Isso era o certo, era o que falaram pra gente. Se a gente lutasse em cima, ganhasse ou perdesse, e tivesse a oportunidade de lutar na categoria de baixo ia ser direto pelo cinturão. Acho que deram muita asa pra ele, deixaram ele crescer bastante, hoje em dia ele está jogando, mandando muito mais do que eles. Acho isso errado, nunca teve ninguém fazendo isso. Não importa se é dinheiro ou não nesse momento, o que importa é mostrar quem manda, quem é dono, quem é o patrão, não um simples merda falando de uma coisa onde você vê que ele não merece estar onde está. Sempre respeitei todos os méritos, mas ele teve muito mais sorte do que méritos”, disse o brasileiro, que ainda falou de seus planos para a próxima luta, onde afirma que não aceita um outro duelo que não seja pelo cinturão.

“Logo após a luta, o Dana foi até o vestiário e falou pra gente que a próxima luta seria contra o Frankie Edgar pelo cinturão, porque o Conor iria subir pros leves, porque ele não estava conseguindo bater o peso. Eu, por mim, lógico que quero uma revanche com ele, até pelo fato de que não teve luta. Nenhum dos dois lutou, foi um soco só que ele conseguiu conectar e venceu a luta. Beleza, parabéns, mas não era aquilo que todos esperavam. Mas eu não vivo em função disso, pra mim eu vivo sempre o amanhã. Se for uma revanche ou uma luta pelo título, pouco importa, mas, lógico, um dia vamos lutar de novo sim, sei que vou ganhar dele, sei que tenho capacidade. O próximo passo, é como te falei, não vejo outra luta e também não aceito outra luta que não seja pelo cinturão”, concluiu Aldo, que dominou a categoria por mais de cinco anos.

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