Publicado em 24/04/2015 às 10:31, Atualizado em 26/10/2016 às 11:51

Diretor do Detran-MS é denunciado por usar caminhonete oficial com placas frias

Consulta a sistema de segurança confirma que placa da Amarok não existe

Fagner de Olindo Santana, Sidrolândia News com Mídia Max
O Sinesp (Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública) confirmou que o carro não existe (Foto: Munyz Arakaki)
Documento vincula a placa fria, OOH-2961, à verdadeira, NRZ-4021 (Foto: )

De acordo com o site MidiaMax, O diretor do órgão máximo de trânsito de Mato Grosso do Sul, o Detran (Departamento Estadual de Trânsito), Gerson Claro, usa um veículo oficial com placas frias, sem qualquer justificativa aparente. 

A denúncia foi levada ao MPF (Ministério Público Federal) e aponta, ainda, que o fato de o dirigente usar um automóvel sem adesivos de identificação dá a ele ampla liberdade no uso particular do bem.

A reportagem teve acesso à denúncia, feita de forma anônima, que foi protocolada no MPF. O denunciante alerta sobre o uso de uma Amarok de cor branca, placas OOH-2961, sem registro e para fins particulares.

Tal atitude é considerada, por alguns servidores do Detran, como imoral e incoerente, já que se trata do órgão que regulamenta placas de veículos no Estado. Além disso, o governador, Reinaldo Azambuja (PSDB),anunciou neste mês o fim do serviço de ônibus especiais que transportavam servidores estaduais ao Parque dos Poderes, sob a justificativa de que não pode haver privilégios diante de um cenário de necessidade de corte de custos.

Após ter acesso à denúncia, a reportagem foi até o estacionamento de autoridades do Detran e fotografou o veículo citado, estacionado na vaga reservada para o diretor-presidente, com a finalidade de averiguar a regularidade da placa. Nesta ocasião, Gerson foi visto descendo do carro, acompanhado de um motorista particular.

A placa da caminhonete fotografada foi consultada no Sinesp (Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública), sendo confirmado, então, que o veículo não existe. No resultado final da busca aparece a mensagem: “veículo não encontrado”.

Todavia, um documento vincula a placa atual – e fria – da Amarok a uma placa antiga, possivelmente a verdadeira, a NRZ-4021. Outra consulta feita com esta última numeração consta que o registro está regular, inclusive aparecem as especificações do carro, dizendo ser 4x4 e fabricado em 2014.

Além de usar o veículo com placas frias, a denúncia ressalta que Gerson dispõe de um motorista exclusivo, cujo nome é Walter Mansur. Ele, conforme relato levado ao MPF, o transportaria para fins particulares, inclusive aos fins de semana.

Ademais, a denúncia diz que Gerson transferiu, fora do prazo legal de 30 dias, 39 pontos de sua CNH (Carteira Nacional de Habilitação) para subordinados. Ele teria feito isso dentro de um período de um ano.

O documento termina destacando que, segundo o Estatuto dos Servidores Públicos, um funcionário tem a obrigação de denunciar atitudes irregulares praticadas por qualquer trabalhador do poder público, sobretudo um superior hierárquico.

Outro lado

Logo após fotografar o carro usado por Claro, a reportagem tentou contato com o diretor-presidente a fim de saber por qual motivo o chefe de um órgão de trânsito estaria usando um carro com placas inexistentes, todavia, ele não foi localizado. Segundo sua assessoria de imprensa, o fato será averiguado e Gerson responderia posteriormente.

A Corregedoria do Detran-MS, um órgão responsável pelo controle interno do departamento, também foi procurada a fim de comentar quais medidas seriam tomadas. Contudo, o corregedor do órgão, Luiz Carlos Rodrigues, também não foi encontrado.

MPF e MPE

O MPF confirmou, por meio da assessoria de imprensa, que recebeu a denúncia, porém, o procurador responsável, Marcel Brugneira, ainda não analisou o conteúdo. Acredita-se que até o início da semana o MPF tenha novidades sobre o caso.

Por outro lado, se a denúncia for encaminhada para o MPE (Ministério Público Estadual), pode ser aberto procedimento preparatório, a fim de verificar se as acusações são fundamentadas. De acordo com a assessoria de imprensa, caso isso se confirme, será aberto um inquérito.

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