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Greve de servidores do Ministério Público deixa 90% dos processos parados

Ações como de concessão de aposentadoria, por exemplo, estão sem encaminhamento

A greve dos servidores do Ministério Público Federal, que completa 25 dias hoje (06), já deixa 90% dos processos parados em Dourados. Com isto, ações como de concessão de aposentadoria ou demarcação de terras indígenas estão sem encaminhamento.

De acordo com os servidores, apenas ações urgentes que envolvam risco a saúde ou decisões para réus presos estão sendo encaminhadas para a Justiça. Em Dourados, somente um servidor dá andamento aos processos, como forma de manter os atendimentos essenciais.

Com faixas, cartazes e nariz de palhaço, os servidores protestaram ontem contra a falta de reajuste salarial, que dura 3 anos e depende de aprovação do Congresso. A votação acontece na próxima terça-feira (10), mas não anima os servidores, que afirmam estar num “fogo cruzado” entre o Congresso e o MPF.

Acontece que o procurador da república, Rodrigo Janot, que está intervindo pela aprovação do Orçamento do Ministério Público Federal no valor de R$ 1 bilhão para que o MPF possa conceder reajustes pleiteados pelos servidores, também é responsável pelos pedidos de abertura de investigação contra 54 pessoas suspeitas de terem participado do escândalo do petrolão. “Entre elas estão parlamentares que podem tentar vetar a aprovação do reajuste por retalhação“, disse um servidor que preferiu não ter o nome revelado.

Na Capital, os grevistas fizeram “apitaço” em frente a sede do MPF, além de arrecadação de alimentos que serão distribuídos a entidades carentes e doação de sangue. No total 80% dos processos estão parados e os 20% restantes estão sendo feitos apenas por alguns procuradores com o auxílio de estagiários. Em Campo Grande, 65% dos servidores estão oficialmente de greve, enquanto que em Dourados são 75%.

NegociaçõesNa última quinta, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, recebeu representantes sindicais para falar sobre as negociações. Durante a reunião, Janot afirmou que permanece aberta a comunicação com o Executivo e reiterou que a estratégia adotada pela Administração é garantir a previsão dos recursos orçamentários no Anexo 5 da Lei Orçamentária Anual (LOA).O procurador-geral, porém, ponderou que ainda não há uma posição definida por parte do Executivo.

Os trabalhadores querem que a Procuradoria-Geral da República conceda reajuste de 56%. A proposta prevê reajuste escalonado em três anos. O impacto sobre a folha salarial seria de R$ 1,6 bilhão durante o período, sendo R$ 300 milhões este ano. Ao todo, são 20 mil servidores do MPU em todo o País.

Apenas ações consideradas urgentes são encaminhadas para a Justiça (Foto: Dourados Agora)

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