Publicado em 06/04/2015 às 09:14, Atualizado em 26/10/2016 às 11:40

Mesmo com acordos, deputados prometem investigação da Enersul

CPI foi aberta para investigar supostas irregularidades na empresa

Fagner de Olindo, Mídia Max

Saber o nome e sobrenome dos supostos envolvidos na ‘lista confidencial’ da Enersul, chamar a auditoria que fez o relatório com as irregularidades e ter acesso ao documento são o pontapé inicial das investigações, segundo os deputados estaduais. 

Na semana passada, foi oficializada a criação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Assembleia, que vai investigar suposto rombo de mais de R$ 700 milhões. Os parlamentares prometeram ir à fundo nas investigações, mesmo diante dos acordos para deixar o comando da comissão nas mãos de aliados do governo. 

Acontece na terça-feira (7) a primeira reunião da CPI, na qual será definida a presidência e relatoria da comissão. A partir daí, os parlamentares têm 120 dias para conclusão dos trabalhos. De acordo com o deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB), o ponto inicial das investigações é convidar os auditores da PWC (Pricewaterhouse Coopers), – que elaborou o documento com as irregularidades – para apresentem comprovações das conclusões que chegaram.

Para Paulo Corrêa (PR), que já confirmou a vontade de presidir a CPI e deve ser consolidado na reunião de terça, ter acesso ao conteúdo do relatório é o principal no momento. Na quarta-feira, quando aconteceu a última sessão da semana na Assembleia, seriam entregues os relatórios para cada parlamentar.

Análise preliminar da documentação também é tido como o principal para o deputado Beto Pereira (PDT). A partir daí, afirma, o presidente da CPI começa os encaminhamentos da investigação.

O tal relatório contém, dentre outros pontos, uma lista confidencial com nome de 35 pessoas que teriam se beneficiado do esquema de desvio - será investigado, ainda, se houve participação de políticos nas irregularidades. Teria ocorrido um rombo nas contas da Enersul de ao menos R$ 700 milhões.

Também será alvo de investigação supostas gratificações milionárias pagas a ex-diretores de 2010 para cá. Os valores das gratificações chegariam a R$ 2 milhões, segundo disse Marquinhos Trad.

Na semana passada, as bancadas escolheram seus representantes e os indicados agora definem a presidência e relatoria. Pelo PT, Pedro Kemp participará das investigações. O parlamentar descartou a intenção de presidir a CPI, mas afirmou querer ‘participar ativamente’ dos trabalhos.

O bloco suprapartidário indicou Paulo Corrêa e Beto Pereira; pelo PSDB, o deputado Onevan de Matos e Marquinhos Trad (PMDB) participa automaticamente da CPI por ser quem propôs a abertura do inquérito na Assembleia.

A investigação foi feita pela PWC (Pricewaterhouse Coopers), a pedido da Comissão de Valores Mobiliários, após requerimento de Marquinhos e do ex-deputado federal Fábio Trad (sem partido), irmão dele.