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Policiais usam viaturas paradas para desvio de combustível

Cerca de 60 veículos baixados aparecem como ativos em esquema irregular

Ônibus usado na fraude aparece ao fundo, bastante danificado, junto a outros veículos parados em terreno que fica aos fundos da oficina da PM, na Vila Ipiranga (Foto: Valdenir Rezende/Correio do Estado)

Em meio ao cenário de contenção de despesas na Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), um ônibus da Polícia Militar (PM),  parado desde junho do ano passado na oficina da corporação, no bairro Ipiranga, em Campo Grande, tem sido usado em um sistema de fraude e desvio de combustíveis.

 Extratos mostram que o veículo, que está quebrado e destinado a leilão, foi abastecido por duas vezes no mês de fevereiro por um oficial da coorporação. 

Este é apenas um, de pelo menos 60 viaturas descaracterizadas da PM que estão paradas e que estariam sendo usadas para desviar combustíveis.

O Correio do Estado teve acesso a documentos do Scania branco, fabricado em 1989. A última ordem de serviço do veículo, ou seja, a última vez que algum transpote foi realizado pelo ônibus, é de 11 de junho do ano passado. Na época, a ordem era de transporte de alunos da Escola Municipal Maria Lúcia Passarelli, no bairro Aero Rancho para a Morada dos Baís, ação que seria realizada no dia 1º do mês seguinte. O passeio no entanto, não aconteceu.

O chefe do Centro de Suprimentos e Manutenção (CSM), Capitão Cláudio Bezerra da Silva, assinou a ordem de serviço cancelando o passeio e justificando que o ônibus não estava funcionando e aguardava leilão. Até aí tudo bem. Mas em fevereiro deste ano, por duas vezes, o veículo recebeu óleo diesel. O primeiro abastecimento custou R$ 759,91 e o segundo, R$ 699,92, todos feitos pelos cartões do sistema Taurus.

O suposto esquema do desvio de combustíveis, segundo as denúncias de servidores da PM, funcionaria da seguinte forma: o veículo baixado é colocado como ativo no sistema de dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e tem a quilometragem de painel alterada manualmente por uma oficina na rua 14 de julho. 

Isso para que o sistema do cartão Taurus aprove a operação. Com a ajuda do posto de combustíveis, o abastecimento é feito em galões ou em carros de terceiros, com informações falsas. Tudo isso a partir da placa e quilometragem do veículo que está inoperante no pátio da oficina da Polícia Militar.

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