Publicado em 08/04/2015 às 09:22, Atualizado em 26/10/2016 às 11:42

Prefeitura de Corumbá volta notificar Sanesul por problemas em execução de obras e reparos

Nos últimos dois anos empresa vem sendo alvo de reclamações por danificar asfalto e galerias fluviais durante execução de obras e reparos

Fagner de Olindo, Erik Silva Capital News

Nem mesmo embargos de obras, e a determinação de prazo para que a empresa estatal responsável pelo saneamento básico em recuperar as vias danificadas pelas intervenções realizadas em diversos pontos de Corumbá, foram suficientes para solucionar o problema. A empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul continua executando um serviço de péssima qualidade, deixando as ruas da cidade em condições lastimáveis.

A constatação foi feita pelas equipes de fiscalização da Prefeitura que vai cobrar uma posição da direção geral da Sanesul em Campo Grande, para que exija das empreiteiras contratadas por ela, a execução de um serviço de qualidade na recuperação do pavimento asfáltico das ruas da cidade, evitando prejuízos aos cofres públicos e também à população corumbaense.

A Prefeitura entende que ampliação da rede de abastecimento de água e a rede coletora de esgoto são duas obras importantes para a população. No entanto, não concorda com os serviços de péssima qualidade que estão sendo executados, para recuperação do pavimento, utilizando material inadequado.

Um dos exemplos disso é a Rua Cyríaco de Toledo, na parte alta da cidade. A Prefeitura implantou praticamente um novo asfalto no trecho. O material utilizado foi o Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ), resolvendo um grande problema de uma das regiões que mais cresce na área urbana.

Após conclusão do serviço, uma empresa terceirizada contratada pela direção geral da Sanesul em Campo Grande (sede), realizou serviços em vários pontos do trecho e, para recuperar o pavimento, utilizou um material inferior, quando deveria ter sido o próprio CBUQ, conforme havia sido acordado anteriormente, em uma das ações movidas pela Prefeitura contra a empresa de saneamento.

Isto tem sido uma constante em nossa cidade. A Prefeitura já adotou várias medidas, mas os serviços de recuperação das ruas pavimentadas continuam péssimos, onerando os cofres públicos, e trazendo prejuízos para a população que tem sido obrigada a conviver com este desconforto, isto sem contar os danos materiais causados aos veículos.

Notificações e embargos

Este tipo de problema é antigo na cidade. Vem ocorrendo desde o início das obras do sistema de esgotamento sanitário. Além do péssimo serviço de recuperação do pavimento, galerias de águas pluviais também foram danificadas pela rede de esgoto, causando inundações em várias regiões da área central, principalmente. Agravou-se ainda mais com a ampliação do sistema de abastecimento de água.

Para combater estes problemas, a Prefeitura, por meio do setor de fiscalização da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos, notificou a empresa várias vezes no decorrer de 2013 e 2014. Até moradores da Cyríaco Félix de Toledo foram notificados para efetuarem a ligação domiciliar de esgoto à rede, antes da via ser recapeada, evitando que água servida continuasse sendo despejada direto no pavimento.

Em maio de 2014, após várias notificações, a Prefeitura foi obrigada a embargar as obras de ampliação do sistema de esgotamento sanitário da cidade até que fosse providenciada a eliminação dos vazamentos nos poços de visitas que causavam transtornos à população e danos ao pavimento das ruas em vários bairros da cidade, como no Jardim dos Estados, Popular Velha, Aeroporto, Popular Nova e Guanã. Todas as novas frentes de serviços foram embargadas na época até que as correções fossem feitas.

Em novembro de 2014, a Sanesul foi notificada para corrigir as ligações de esgoto que estavam cortando as galerias (algumas foram até interrompidas), prejudicando escoamento de água de chuva, causando inundações em vários pontos da cidade.

Em dezembro, na parte alta da cidade, a Prefeitura constatou novos problemas: redes de esgoto e de água sendo implantadas sem a devida recuperação do pavimento. Na época, o Poder Executivo deu um prazo de 72 horas para que isto ocorresse, após conclusão dos reparos na rede de abastecimento de água ou de esgotamento sanitário. Foi acordado ainda que além de iniciar o serviço dentro do período determinado, a Sanesul também deveria manter o mesmo tipo de pavimento encontrado na via pública, e comunicar as novas frentes de serviços.

Já em fevereiro, a Prefeitura voltou a embargar as obras da Sanesul, após a equipe de fiscalização constatar dezenas de trechos onde a empresa executou serviços de abastecimento de água ou de esgoto, e não recuperou o pavimento como deveria.

No entanto, os serviços de recuperação das ruas, apesar das notificações e embargos, continuam sendo executados de forma incorreta, com utilização de material inadequado, bem inferior ao que foi utilizado para pavimentar as vias.