Publicado em 08/04/2015 às 13:07, Atualizado em 26/10/2016 às 11:42

Reinaldo abre licitação para agências de publicidade por R$ 35 milhões

Valor é o mesmo pelo qual Puccineli foi denunciado ao Ministério Público

Fagner de Olindo, Top Mídia News
Governo vai gastar mesmo que Puccinelli (Foto: Geovanni Gomes)

O Governador Reinaldo Azambuja (PSDB) autorizou a abertura de licitação para contratar até 12 agências de publicidade pelo valor de R$ 35 milhões, por seis meses de serviço. 

As interessadas têm até o dia 15 de maio para elaborar as propostas e dividir os R$ 5,8 milhões mensais. O valor autorizado por Azambuja com despesa de publicidade é o mesmo pelo qual o ex-governador André Puccinelli (PMDB) é alvo de investigação no MPE (Ministério Público Estadual).

Atualmente, as agências credenciadas para fornecer serviço vieram da gestão passada do ex-governador André Puccinelli (PMDB) e são a MV Comunicação e Planejamento, Art Traço Publicidade e Assessoria, Ramal Propaganda, Bartz Comunicação Integrada, Compet Marketing e Comunicação, Think Service e Design, B&W Três Propaganda Ltda, Remat Marketing e Propaganda Ltda e Slogan Publicidade Ltda.

Os R$ 5,8 milhões mensais disponibilizados pelo tucano, se divididos por 30 (número de dias de um mês), revelam um gasto de R$ 194,4 mil por dia com publicidade e propaganda, incluindo sábados, domingos e feriados.

A abertura da licitação foi publicada em Diário Oficial do dia 31 de março, sem detalhes sobre os valores. O dinheiro que será pago consta no edital de licitação.

O documento informa que as agências contratadas não poderão subcontratar outras agências para realizar serviços. Além disso, a publicação informa que ‘os serviços serão solicitados às agências contratadas de modo a garantir que o valor realizado por elas, individualmente, seja pelo menos igual a 2% (dois por cento) do total executado pelas demais agências’.

Puccinelli registrou gastos similares

Os gastos autorizados por Azambuja são os mesmos que renderam uma investigação a Puccinelli por suspeita de irregularidades.

No início de fevereiro de 2015, o deputado federal Zeca do PT denunciou ao MPE (Ministério Público Estadual) a farra da publicidade do governo Puccinelli. Aberto com base e informações fornecidas pelo parlamentar, o Procedimento Preparatório 007/2015 investiga irregularidades com os gastos de publicidade nos últimos dois anos do governo do peemedebista, nos quais a despesa alcançou cerca de R$ 200 mil por dia.

“Nos últimos dois anos do governo Puccinelli, os valores gastos com publicidade superaram a casa dos R$ 130 milhões. De março de 2013 até dezembro de 2014, período de um ano e dez meses, o governo de André Puccinelli gastou R$ 130,541 milhões com propaganda, média mensal de R$ 5,933 milhões ou, se preferirem, R$ 197,7 mil por dia”, diz o documento.

Prefeitura gasta R$ 70 mil por dia e esta na mira do TCE

Os gasto com publicidade são verdadeiras polêmicas nas adminsitrações públicas. Isso porque, por mais que os gestores do recurso público aleguem que não há dinheiro para construção de obras de melhorias, como asfalto e hospitais, e até mesmo para reajuste salarial e cumprimento de piso de algumas categorias, para as agências de publicidade e propaganda o recurso que bate na casa dos milhões nunca falta.

Na prefeitura de Campo Grande há um exemplo claro dessa situação. Mesmo com repetidas declarações de que os cofres estão quebrados e que a Capital passa por uma crise, o prefeito Gilmar Olarte (PP), está gastando mais de R$ 70 mil por dia com divulgação, incluindo sábados, domingos, dias santos e feriado.

De acordo com o contrato publicado em Diário Oficial no dia 14 de outubro de 2014, as nove agências contratadas estão recebendo R$ 12,680 milhões por seis meses de serviço. Dividindo esse valor por seis meses, temos um total de R$ 2,13 milhões por mês, que dividido por 30 (números de dias do mês) resulta no valor de R$ 71 mil por dia.

O TCE (Tribunal de Contas do Estado) informou que fará uma inspeção nos contratos de publicidade da prefeitura. De acordo com o conselheiro Ronaldo Chadid, que apresentou a proposta, há denúncias de que o procedimento licitatório teria sido feito de forma irregular.