Buscar

Sob suspeita: Motoristas devem adiar vistoria no Detran, orientam deputados

Decisão da Assembleia sobre suspensão ou não de vistoria deve sair em 15 dias

Deputados ouviram explicação por cobrança de taxa de vistoria de diretor do Detran (Foto: Ludyney Moura)

 diretor-presidente do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), Gerson Claro (PDT) se reuniu com deputados no fim da tarde desta quarta-feira (11) para explicar os motivos da cobra da taxa de vistoria para veículos com mais de cinco anos de fabricação. 

Os parlamentares não se convenceram e saíram do encontro orientando o sul-mato-grossense a não pagar a taxa.

“Recomendo ao cidadão não fazer, nesse lapso de tempo, essa vistoria. Até tramitação na Assembleia do decreto apresentado para sustar a cobrança”, afirmou o deputado Marquinhos Trad.

O decreto em questão foi apresentado pela bancada petista, e visa obrigar o governo a suspender a obrigatoriedade da nova vistoria. O projeto está analise pela CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação) e deve ir ao plenário da Casa, avaliam os deputados, em no máximo 15 dias.

“Nós consideramos frágeis os argumentos apresentados para a criação da taxa. Não é atribuição (do governo) instituir por portaria a cobrança dessas taxas. Isso é competência da União”, afirmou o líder da bancada petista na Assembleia, Pedro Kemp, que também aconselhou a população a não fazer a vistoria nos próximos dias.

Kemp revela também que, caso a bancada não consiga suspender a cobrança por meio do decreto legislativo, os deputados contrários à taxa pretendem ingressar com uma ação na justiça para sustar a vistoria.

Segundo ele, no Rio Grande do Sul o Detran gaúcho tentou instituir a cobrança da mesma vistoria em voga no Mato Grosso do Sul e viu o STF (Supremo Tribunal Federal) declarar inconstitucional a cobrança. Jurisprudência alegada pelos petistas para pedir o fim da taxa de R$ 103,45 no Detran, e R$120 nas credenciadas.

“Elas (credenciadas) cobram R$ 120 da vistoria que é feita a olho nu, não recolhem boleto bancário e não se sabe quanto vai para o Detran. (Na reunião) O diretor disse que era R$ 35, depois R$ 52, depois R$ 55. Isso nos deixa perplexos”, disparou Marquinhos Trad, lembrando que os proprietários das empresas credenciados são ligados ao Detran.

 Já diretor do Detran sustenta que a cobrança é legal é que a medida integra uma política nacional de diminuição de acidentes de trânsito. Gerson Claro afirmou que, mesmo com a repercussão de um vídeo com irregularidades no serviço prestado, tanto pelo órgão estadual, quanto pelas credenciadas, o governo não cogita suspender a vistoria.

“Em nome do Estado e desse  plano nacional de acidentes, o governo pretende manter a vistoria dos veículos. A gente não recebeu nenhuma denuncia. A gente viu pela imprensa a circulação de uma imagem de alguém que montou uma vistoria realizada, num órgão que faz mais de 30 mil vistorias por mês, um caninho de freio hipoteticamente adulterado, que a gente não tem a confirmação, pertencente a uma pessoa que denuncia tudo o que acontece no Detran a mais de 20 anos”, rebateu Gerson.

Já quanto às ECV’s (Empresas Credenciadas de Vistoria), o diretor admitiu denúncias de irregularidades. Gerson Claro também prometeu recorrer caso a Assembleia reverta a obrigatoriedade da vistoria. “A manutenção de uma decisão política de Estado é obrigatório recurso”, afirmou.

Segundo ele, uma decisão embasada pela ONU (Organização das Nações das Unidas) e pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), obriga o país a vistorias todos seus veículos até  2020, numa ação para tentar diminuir um custo anual com acidentes de transito na casa de R$ 30 bilhões.

O vice-líder do governo na Assembleia, deputado Beto Pereira (PDT), admitiu que com a repercussão negativa da cobrança na sociedade, a gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB) poderá suspender a vistoria, antes mesmo da decisão da Assembleia. 

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.