Publicado em 16/05/2015 às 07:43, Atualizado em 26/10/2016 às 12:02

Vazamento em investigação de crime sexual pode ter alertado vereador

Parlamentar alega ‘perseguição’

Fagner de Olindo, Mídia Max

A carta de uma ‘mãe anônima’ informando sobre supostas condutas libidinosas e lembrando fatos passados que envolveriam o vereador de Nova Alvorada do Sul, Paulo Roberto de Oliveira, o “Paulo Puff” (PT), iniciou uma investigação em abril deste ano. Fontes policiais, no entanto, suspeitam que o vazamento de informações teria prejudicado o andamento dos trabalhos.

O inquérito foi instaurado a partir de denúncia feita para a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública). No primeiro depoimento o vereador alegou ser inocente. Entretanto, em 2009, Paulo Roberto já esteve envolvido em acusação sobre o mesmo crime, mas acabou absolvido.

No entanto, nesta investigação, objetos que eram alvo da operação policial, como computadores e máquina fotográfica, foram furtados. O furto fez desaparecerem apenas objetos eletrônicos de armazenamento de imagens. Depois, o MPE retira o pedido porque na mesma peça ele diz que objetos dele foram furtados e o pedido acaba sendo indeferido porque não tem mais o que analisar.

O inquérito foi aberto pelo delegado Christian Duarte Mollinedo, de Nova Alvorada, após o encaminhamento da carta de anônima que chegou ao conhecimento da Sejusp. O caso corre em segredo de justiça e o mandado de busca e apreensão de supostos materiais pornográficos foi indeferido, já que os objetos foram furtados. 

Paulo Roberto prestou depoimento na Delegacia de Polícia Civil de Nova Alvorada do Sul na última segunda-feira (11) e alegou ser inocente. Mesmo assim, o delegado acionou a Justiça para obter a quebra de sigilo telefônico do parlamentar e descobrir quem vazou a informação e a consequente perda de provas.

No início de abril um boletim de ocorrência foi registrado contra o vereador, nele dois artigos do Código Penal foram incluídos:

Art. 241 D - aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso e Art. 218 B - submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone:

Na carta, a denunciante relata que o palarmentar estaria usando seu cargo político para aliciar e corrompendo menores por meio de pagamentos e presentes. Ela cita ainda fatos que o correram em 1999, quando Paulo Puffy era professor de uma escola de Jateí e teria abusado de duas adolescentes dentro da sala de aula. Na época ele as coagiu alterando a nota da prova e ameaçando de morte caso o relatassem.

Agora, o inquérito visa saber se houve novos casos de abuso sexual. 

Em sua página em uma rede social o palarmentar deixa a entender que o furto é parte de uma armação contra ele. “E AS ARMAÇÕES CONTINUAM PARA ME PREJUDICAR”, escreve. Preso por porte ilegal de arma de fogo em fato anterior, ao sair da Câmara, ele garante que não tinha conhecimento de como o revólver teria chegado dentro do veículo dele e afirma que teria sido plantada.

Em paralelo a esse fato, vereadores de Campo Grande também foram denunciados por cometeram crimes sexuais envolvendo adolescente. Entre eles estão, o ex-vereador e advogado Robson Martins, o ex-vereador Alceu Bueno (sem partido, ex-PSL), o ex-deputado estadual Sérgio Assis (sem partido, ex-PSB), além do empresário Luciano Pageu e Fabiano Viana Otero.