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Estudante de medicina confessa tiro em gata por brincadeira, diz polícia

Animal morreu após passar por cirurgia e jovem foi indiciado em MS.Delegada diz que suspeito confessou ter atirado em outros animais.

(Foto: Divulgação Polícia Civil/MS)
(Foto: Reprodução/ Facebook)
(Foto: Divulgação Polícia Civil/MS)

A Polícia Civil esclareceu os fatos que levaram a morte de um gata em Campo Grande. Ao G1 a delegada Ana Cláudia Medina, titular interina da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e Atendimento ao Turista (Decat), disse nesta segunda-feira (25), que um estudante de Medicina, de 24 anos, confessou o crime e foi indiciado.

O jovem alega que foi uma brincadeira e que inclusive já tinha atirado em outras gatas durante aquela percurso, mas só aquela ele acertou. Ele também comentou que pediu para o motorista parar e assim ele poderia mirar melhor no animal. O estudante se apresentou acompanhado de um advogado e foi indiciado por maus tratos contra animais, agravado pela morte. A pena é de três meses a um ano de detenção e multa, afirmou a delegada.

Na ocasião, o jovem estaria acompanhado de mais duas pessoas. No entanto, a ideia de atirar no animal partiu dele. Antes, ele disse que atirava apenas em latas. A espingarda seria de pressão e ficou alojada na coluna do animal. A gata foi levada para uma clínica, onde precisou passar por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na noite de sábado (23).

Imagens do crimeVídeo gravado por uma câmera de segurança de uma residência no bairro Monte Carlo mostra o momento em que um carro para no meio da rua e um tiro é disparado contra uma gata. O animal foi socorrido pela arquiteta Priscilla Melli, de 29 anos, e amigos dela. Agora a luta é conseguir ajuda para pagar a conta na clínica veterinária.

 Ao G1, a arquiteta emocionada disse, “pensei que ela tinha sido atropelada, mas o veterinário falou que foi um tiro e que a bala estava alojada na coluna dela”. A jovem chegava em casa quando se deparou com a gata se arrastando para atravessar a rua por volta das 1h (de MS) na sexta-feira (22).

Na ocasião, um vizinho da jovem seguiu o carro por alguns metros. Um dos ocupantes do veículo estava com uma arma de cano longo para fora do carro e apontava para outro animal. Quando perceberam que estavam sendo seguidos, fugiram.

O animal foi levado para uma clínica 24h onde foi atendida. Ele passou por uma cirurgia para recuperar o movimento das pernas, mas horas depois morreu. Na clínica, a gata ganhou o nome de Vitória para ser atendida. “Ela ia todos os dias em casa comer, era muito mansinha. Colocamos esse nome, porque lá em casa animais fazem parte da família e achávamos que ela viveria”, explica Priscilla.

A psicóloga Regina Jorgielewecz, de 56 anos, dona da casa onde a câmera está instalada, lamenta a tragédia. “Foram perversos, eles sentiram prazer em matar, em fazer maldade, não tem outra explicação”, finaliza Regina. A também professora cuida de mais dois gatos em casa, um deles é filha de Vivi, como foi carinhosamente apelidada.

Comoção nas redes sociaisA jovem contou sobre o crime para os amigos do perfil dela e gerou muita comoção. Ela conta com a ajuda da rede social para receber doação de qualquer valor em dinheiro. Ela precisa pagar o gasto gerado pelo atendimento do animal.

“Confesso que tive medo que ninguém ajudasse porque ela morreu, mas muita gente tem ligado para me ajudar a pagar o valor de cerca de 4mil que ficou tudo [cirurgia]”, explica.

Mais de 110 pessoas compartilharam e comentaram a imagem de luto que a jovem postou. O caso foi registrado como praticar ato de maus tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos com disparo de arma de fogo pela 3ª Delegacia de Polícia de Campo Grande.

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