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Prejuízo ao Estado por conta dos conflitos entre produtores e índios pode chegar a R$ 5 bi ao ano 

Deputado Laerte Tetila (PT) indicou problemas na economia estadual em consequência dos conflitos

(Foto: Giuliano Lopes/ALMS)
(Foto: Deurico/Capital News)

O deputado estadual Laerte Tetila (PT), líder de seu partido na Assembleia Legislativa, também considera que os conflitos entre produtores rurais e indígenas no Estado atrapalham o desenvolvimento econômico dos municípios. Em consentimento à opinião do economista Pedro Pedrossian Neto, que deu entrevista à reportagem do Capital News, e aos números apresentados pela Federação da Agricultura e Pecuária (Famasul), Tetila relatou nesta quarta-feira (16) alguns entraves por conta desses embates. “O prejuízo do Estado deve chegar a R$ 5 bilhões ao ano”, afirmou.

Para Tetila, os conflitos ao longo do tempo torna a região centro-sul do Estado, onde estão as terras mais férteis para plantação, prejudicada. “A região está reprimida. Os produtores têm [inclusive] insegurança jurídica na hora de vender suas propriedades.” Explicou que, caso uma cidade tenha um ou dois conflitos, a área inteira é afetada. “Nosso Estado é muito bem localizado, mas está reprimido”, reiterou.

Completou dizendo que o que resolveria as disputas seria, primeiramente, destinar em torno de 1% das terras de MS aos indígenas. “Hoje, 0,02% das terras são ocupadas por índios, tirante a aldeia Terra dos Índios, em Porto Murtinho.”

Questões sociais

Para o deputado, a situação social dos índios melhorou muito nos últimos anos. Hoje, são 900 jovens indígenas fazendo faculdade, todas as crianças estão estudando e a merenda delas é mais reforçada do que a dos não-índios. “Temos bons professores indígenas, e até cursos específicos para eles na UFGD [Universidade Federal da Grande Dourados].”

Em relação aos suicídios cometidos pelos indígenas no Estado neste ano (foram 56 suicídios de guaranis neste ano), o deputado argumenta que anteriormente o número era mais alarmante. “Antes de 2010 era bem maior.” Entre as questões que estão ajudando os povos a terem menos incompatibilidade com o mundo moderno são a integração na Educação e a alimentação repassada pelos poderes públicos.

O deputado, inclusive, pede uma maior assistência por parte dos órgãos, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que desenvolve alimentos mais nutritivos e altamente resistentes a pragas. “A Embrapa faz mandioca nutritiva e milho com proteína, culturas que poderiam ser repassadas a eles.”

Ao finalizar a entrevista, informa que a presidenta Dilma Rousseff está criando a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), que faria a ponte entre as entidades de pesquisa do Brasil com os pequenos e médios produtores que ainda não têm assistência as evoluções científicas na agricultura.

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