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Assessora de vereadora é demitida após ensaio "nu artístico" em MT

Niuara Artiaga alega que vem sendo alvo do "machismo" que impera na sociedade

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Divulgação

A ex-assessora do gabinete da vereadora Elza Bastos, de Cáceres, Niuara Jéssica Artiaga confirmou por meio de uma postagem da rede social que foi exonerada do cargo na Câmara após realizar um ensaio fotografo nu. O caso ocorreu na cidade de Cáceres (241 km de Cuiabá).

A história ganhou polêmica na internet após a publicação da exoneração, assinada pelo presidente da câmara, Domingos Oliveira dos Santos. Segundo Niuara, as fotos do ensaio que realizou com o fotografo Darlan Brunel, “incomodou” as pessoas.

Ela afirmou que já esperava que ocorreria “assédios e comentários”. No entanto, questiona a forma “invasiva” como algumas pessoas estão a procurando, seja por rede social e pessoalmente.

“Galera venho aqui expor uma situação constrangedora que venho passando em relação de ter realizado um ensaio fotográfico de “nu artístico feminino”. Primeiro, que fui exonerada do meu trabalho por ter feito o ensaio fotográfico. Segundo, eu tinha consciência dos possíveis assédios e comentários in box e eu sempre soube lidar com isso em razão de ter minha vida sempre exposta e com fotos diversificadas nas redes sociais. No entanto, tem muito "Homem" sendo inconveniente e ofensivo querendo saber valores pra eu me sujeitar a uma saidinha, passeio, ou o famoso PG e até a compra das fotos!!”, desabafou a jovem.

A ex-assessora prestigiou o trabalho do fotografo e lamentou a forma como algumas instituições e pessoas interpretam o trabalho profissional. “Só quero esclarecer que realizei um trabalho artístico para as lentes de um profissional que visou divulgação do teu trabalho enquanto fotógrafo, sem abono ou presentinhos por isso. E venho informar que não sou garota de programa como tem gente imaginando apenas por eu ter feito esse ensaio fotográfico”, descreveu na publicação.

Niuara que é historiadora citou que o papel que a Câmara de Vereadores e algumas pessoas prestaram é o principal problema de machismo no mundo.

“Esse tipo de atitude infelizmente é uma consequência do machismo da nossa sociedade, que naturalizada a ideia de que mulheres estão sempre disponíveis e interessadas pelo ato sexual e ainda são consideradas vulgares. Eu, enquanto mulher, historiadora e assistente social devo sim levantar a voz contra o assédio sexual no contexto das redes sociais, e já informo as mulheres e homens que isso não tem nada haver com moralismo, e sim com o respeito. Por isso digo: mulheres não se sintam acuadas e intimidadas em fazer o que sente vontade ou para recusar um avanço sexual — seja ele ao vivo ou pelas redes sociais”, finalizou.

De acordo com a Lei uma “cantada invasiva” pode ser considerada uma contravenção penal de importunação ofensiva ao pudor, definida pelo artigo 61 da Lei de Contravenções Penais (Lei nº 3688/41).

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