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Caso Henry: 'Você foi a melhor mãe para o seu filho', escreveu avó do menino para Monique

Monique e seu companheiro, o vereador Dr. Jairinho, estão presos sob a acusação de provocarem a morte de Henry.

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Foto: Guito Moreto / Agência O Globo

Tem coisas que nós, mães, não conseguimos evitar que o filho passe. Estou em oração por você e Deus escuta nossas orações”. "Você foi a melhor mãe para o seu filho". As frases foram escritas por Rosângela Medeiros, mãe da professora Monique Medeiros da Costa e Silva, em meio a 226 trocas de mensagens de celular entre as duas após a morte de seu neto, Henry Borel, de 4 anos, em 8 de março. Esse conteúdo foi descoberto pela polícia depois da apreensão de telefones e computadores da família, autorizada pela Justiça.

“Devo merecer o que está acontecendo. Foram escolhas minhas. Agora estou colhendo. Me sinto muito culpada”, escreveu Monique para o pai, o funcionário civil da Aeronáutica Fernando José Fernandes da Costa e Silva, em uma das 136 mensagens enviadas para ele entre 13 e 24 de março. Para a polícia, o pequeno texto corrobora a tese de que a mãe do menino sempre foi ciente dos acontecimentos que teriam causado a tragédia.

Monique e seu companheiro, o vereador Dr. Jairinho, estão presos sob a acusação de provocarem a morte de Henry, que, segundo um exame de necropsia, sofreu 23 lesões. O casal sustentou, em depoimentos, a versão de que ele caiu de uma cama. No entanto, de acordo com investigações, a criança era frequentemente agredida pelo padrasto, sob a “vista grossa” da mãe.

Os diálogos entre Monique e seus parentes foram descobertos pela 16ª DP (Barra da Tijuca), responsável pela apuração do caso. Investigadores recuperaram centenas de mensagens que haviam sido apagadas do celular da professora.

Com Rosângela, Monique buscou apoio. E, em certa ocasião, recebeu esse afago: "Tenha a certeza do que você foi e ele (Henry) será sempre grato. Te amo e rezo sempre. Não tenha medo de nada. O que não foi feito ou da maneira que foi feito foi o seu entendimento como mãe. Mãe quer sempre educar mesmo que muitas vezes nos parece errado. Te amo. Isso tudo vai passar. Entregue a Deus a sua vida e espera a recompensa”.

Isolada em uma cela no Hospital Penitenciário Dr. Hamilton Agostinho, no Complexo de Gericinó, onde recebe tratamento contra a Covid-19, Monique passa o tempo escrevendo cartas. Numa delas, de 29 páginas, entregue por seus advogados à polícia, a mãe de Henry sugere que foi dopada por Jairinho no dia da morte do menino. Um relato bem diferente do que deu a investigadores: em seu depoimento, disse que encontrou o filho desfalecido no chão; agora, afirma que foi acordada pelo vereador, que estaria com a criança “respirando muito mal” em seus braços.

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