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Caso Yoki: Elize quer ser julgada logo pela morte do marido

A enfermeira Elize Araújo Kitano Matsunaga, acusada de matar e esquartejar o marido, o empresário Marcos Matsunaga, deverá ir a júri popular no segundo semestre deste ano, de acordo com previsão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP). A mulher confessou ter matado e esquartejado o diretor-executivo da Yoki em um banheiro do apartamento do casal.

Elize, que está reclusa no presídio de Tremembé, no interior paulista, afirma que quer ser julgada o mais rápido possível, segundo seu advogado. “Ela quer ser julgada logo. Como qualquer outro réu, ela quer ir logo ao julgamento para responder pelo que a sociedade está cobrando. O réu quer ser julgado, porque ele quer ter um horizonte pela frente, ela não consegue traçar horizontes sem ser julgada”, disse ao Terra o defensor Luciano Santoro.

O advogado entrou com o último recurso em setembro de 2013, após o pronunciamento da Justiça (última fase das instruções preliminares, antes do júri), para tentar afastar os qualificadores do crime, mas o pedido ainda não foi apreciado pelo TJ-SP. Segundo Santoro, Elize o repreendeu quando ele entrou com a ação. “Quando eu recorri, ela até ficou triste comigo, porque ela quer ser julgada agora. Mas eu preciso fazer o meu trabalho”, argumentou.

De acordo com o TJ-SP, no entanto, a data do julgamento depende apenas da decisão do juiz Adilson Paukoski Simoni, da 5ª Vara do Júri da Capital, que deve defini-la nas próximas semanas. Para o advogado, se o júri for marcado para o segundo semestre, será “ótimo”. “Eu gostaria muito. Para mim seria melhor que fosse amanha já”, disse Santoro.

O advogado afirmou que ainda está construindo a linha que a defesa vai usar no julgamento, e que prefere não adiantar como será o trabalho de sua equipe. “A forma como vamos fazer isso será decidida mais para frente. O que posso dizer é que nossa única vantagem será falar por último (no júri). Em todo o resto a vantagem é do Ministério Público (que faz a acusação)”, explica.

Segundo Santoro, a hipótese defendida pelo promotor responsável pelo caso, José Carlos Cosenzo, de que Elize teve a ajuda de outra pessoa para cometer o crime, não faz sentido. “a defesa entende que isso não existe mesmo. A perícia demonstrou que isso é uma tese descabível e não tem a menor razão”, disse.

Em fevereiro, peritos fizeram nova reconstituição de como o corpo de Matsunaga foi encontrado. Na ocasião, o promotor afirmou que “a conclusão técnica é de que Elize não agiu sozinha”. Para o advogado da enfermeira, “ter feito aquela reprodução simulada do encontro do corpo foi desperdício de dinheiro público”. O Terra entrou em contato com o MP, mas não conseguiu encontrar o promotor Cosenzo para comentar o caso.

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