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Coach que não agradeceu resgate dos bombeiros integrou quadrilha que desviava dinheiro de banco

Pablo Marçal se envolveu com quadrilha criminosa e não cumpriu pena por prescrição dos crimes

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© Fotos: Reprodução/Instagram

O “coach messiânico” Pablo Marçal, que acabou ganhando repercussão nas redes sociais após comandar uma subida ao Pico dos Marins (SP) que necessitou de uma operação de resgate dos bombeiros que durou 9 horas, integrou uma quadrilha criminosa que desviava dinheiro de bancos e extorquia pessoas em seu janeiro.

À época, os criminosos ficaram conhecidos como a “maior quadrilha de piratas da internet brasileira”. Marçal operava na captação de vítimas para espalhar vírus de computador do tipo Cavalo de Troia ou mensagens falsas do Serasa com dívidas fictícias que extorquiam pessoas. Com informações do Metrópoles.

Pablo Marçal se envolveu com quadrilha criminosa e não cumpriu pena por prescrição dos crimes

A quadrilha foi investigada na Operação Pegasus, de 2005. Marçal teve a pena prescrita em 2018 e não foi punido por participar do esquema criminoso.

“Existia uma estrutura amplamente organizada, contando com o envolvimento de diversas pessoas, que exerciam funções determinadas, pois uns eram responsáveis pela criação e pelo aperfeiçoamento do programa de computador utilizado nas fraudes, outros contatavam pessoas que pudessem ceder suas contas bancárias para as transferências, além daqueles que faziam os saques”, relatam investigadores do Ministério Público Federal ao site Metrópoles.

De acordo com o coach messiânico, ele ingressou na quadrilha por coerção. “Eu não tinha emprego, com 18 anos de idade, consertava computadores e me envolvi com um cara da igreja. […] Eu consertava os computadores e eles ficavam rodando. Acordei um dia e tinha alguém me levando de forma coercitiva”, disse Marçal em uma transmissão motivacional.

“Todas as pessoas que estavam nessa situação foram condenadas e cumpriram pena. Eu fui o único que teve extinção da punibilidade”, prosseguiu o influencer.

Coach messiânico

Cerca de 17 anos depois da participação no esquema criminoso, Pablo se vende como um coach com enfoque no público evangélico. Marçal declara que é um homem capaz de “destravar códigos da prosperidade e do governo da alma” através de mensagens motivacionais e cursos que custam mais de R$ 2900.

Coach messiânico é acusado de destratar guias e bombeiros e promove irresponsabilidade nas redes

Na última semana, ele foi responsável por uma caminhada para o Pico dos Marins, uma trilha extremamente arriscada. Ele levou 32 pessoas para o local durante um período do ano em que esse tipo de aventura não é recomendada por questões climáticas. Depois de fortes chuvas e ventos, o grupo chamou o Corpo de Bombeiros, em uma operação de resgate que durou cerca de nove horas.

Nas redes sociais, um grande silêncio. Até que uma das lideranças da corporação denunciou o coach por omitir o resgate e o trabalho de guias e bombeiros para auxiliar o grupo.

“Ele foi totalmente irresponsável. Subir com um grupo de pessoas despreparadas e sem equipamento é colocá-las sob risco de morte. Essa foi a pior ação que a gente viu no Pico dos Marins”, afirmou Paulo Roberto Reis, capitão do Corpo de Bombeiros.

“Os guias alertaram ele, e teve profissional que nem quis se arriscar a subir. Quando a gente disse isso, ele respondeu ‘se vocês não sobem, a gente sobe’. Subiu e o resultado foi ter que acionar o resgate e inclusive guias para prestar apoio e tirá-los de lá”, disse o guia Ricardo de Oliveira nas redes sociais.

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