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Dia da Independência é marcado por confrontos e prisões pelo País

No Rio de Janeiro, os Black Blocs conseguiram furar o bloqueio policial e invadiram o desfile 

Assim como era esperado, por conta do agendamento de eventos nas redes sociais, manifestantes tomaram as ruas de diversas cidades do País neste sábado, durante a celebração do feriado de 7 de Setembro. Também prevista era a ação de pessoas ligadas ao movimento Black Bloc, que, principalmente no Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo, protagonizaram atos de vandalismo e entraram em confronto com a Polícia Militar. 

No Rio de Janeiro, os Black Blocs conseguiram furar o bloqueio policial e invadiram o desfile militar pelo Dia da Independência. Cerca de 15 homens da Tropa de Choque da PM chegaram  por trás dos manifestantes e lançaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o grupo, atingindo também alguns dos espectadores

O confronto entre o grupo e a PM espantou o público que assistia ao desfile.  Muitas crianças passaram mal e foram atendidas pelos socorristas. Houve corre-corre e confusão, e famílias e crianças saíram correndo do local desesperadas. 

Durante o tumulto, ao menos oito pessoas foram presas e seis ficaram feridas. Policiais revistaram mochilas de manifestantes e detiveram alguns por uso de máscaras, até que se identificassem.

Segundo a Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro, até as 20h10, 77 manifestantes foram encaminhados à delegacias na capital fluminense. Do total, 50 manifestantes foram detidos no bairro de Laranjeiras. 

BrasíliaNa capital federal, 39 manifestantes foram detidos pela PM em meio às manifestações até as 20h10. A polícia usou muitas bombas de efeito moral, além de tiros de borracha, para afastar manifestantes que tentavam se aproximar do Estádio Nacional Mané Garrincha, onde a Seleção Brasileira fez amistoso contra a Austrália.

Enquanto representantes negociam passagem com a PM, manifestantes aguardam paradosFoto: Gustavo Gantois / Terra

Um grupo de cerca de 500 integrantes se concentrou no início da tarde na rodoviária da cidade e seguiu à arena horas antes da partida. Houve registros de quebra-quebra e vandalismo no caminho, o que levou a polícia a desfazer uma primeira linha de bloqueio e recuar, aumentando a segurança no entorno do Mané Garrincha para evitar a maior aproximação.

Por volta das 14h30, manifestantes conseguiram furar parte do bloqueio formado no eixo monumental e chegaram à altura da Torre de TV, nas proximidades do Mané Garrincha. O batalhão de choque disparou bombas de gás para afastar e dispersar os manifestantes. 

Durante o confronto entre policiais e manifestantes, um fotógrafo torceu o pé, caiu e viu PMs se aproximarem com cães. Após o incidente, houve confusão entre repórteres e policiais, que usaram spray de pimenta. O jornalista ferido foi levado em uma viatura do choque para o hospital.

São PauloEm São Paulo, os protestos se concentraram na região central da capital paulista. Manifestantes se reuniram no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), e partiram em passeata, seguindo pela avenida 23 de Maio.

Quando as pistas da 23 de maio foram fechadas, em meio a uma correria, vários motoristas, surpresos com a invasão, acabaram ficando sem saber o que fazer. Dois que vinham na frente, na tentativa de escapar, tiveram os carros atingidos por barras de ferro.

Homem foi atropelado em protesto em São Paulo neste sábadoFoto: Futura Press

Em meio à correria, até o carro do comando de área da Polícia Militar, teve o vidro de trás estilhaçado por um manifestante. No trajeto, pedras foram arremessadas contra policiais e até contra veículos que passavam nas alças acima da avenida. 

Quando o grupo chegou ao centro, a situação ficou mais tensa. Em frente à Câmara Municipal de São Paulo, bastaram 3 minutos para que a confusão começasse. Em um primeiro momento, manifestantes começaram a atirar pedras contra as vidraças do prédio. Algumas janelas foram atingidas com êxito.

A Polícia Militar, que já cercava o prédio, respondeu rapidamente, com bombas de efeito moral e de gás lacrimogênio ao mesmo tempo em que eram atacados com pedras, bolas de gude e bolas de chumbo, utilizadas em pescarias.

Enquanto parte do grupo se dispersou, outra partiu para o enfrentamento, atirando pedras de todos os tamanhos contra os policiais. Nesse momento, uma cena chamou a atenção. Vários policiais revidando as pedradas com as mesmas pedras arremessadas pelos manifestantes. 

Na região da praça da Sé, quatro pessoas foram atropeladas, uma delas por uma viatura da Polícia Militar. O motorista de um Corsa atropelou duas pessoas, que sofreram fraturas nas pernas. Elas tiveram um primeiro atendimento por um grupo de médicos solidários à manifestação e, com a demora do resgate, foram levados em um táxi para o hospital.

O caso mais grave da tarde aconteceu na praça João Mendes, quando manifestantes derrubaram um policial militar de uma moto. Acuado, ele sacou um revólver e atirou contra o chão. Estilhaços atingiram o fotógrafo da agência Futura Press Tércio Teixeira, que foi socorrido no Grupamento do Corpo de Bombeiros que fica praticamente em frente de onde ocorreu o fato. Depois disso, ele foi encaminhado para a Santa Casa. Um estilhaço ficou alojado em seu queixo.

Até as 20h50, ao menos 28 pessoas haviam sido detidas na avenida Paulista e nove na região central.

Belo HorizonteEm Belo Horizonte, a PM afirmou que 40 adultos foram detidos e seis adolescentes apreendidos durante as manifestações na cidade. 

Os integrantes do movimento Black Bloc foram identificados e separados dos demais manifestantes, já que há uma investigação contra eles desde os protestos de junho. Eles podem ser autuados também por formação de quadrilha, além de depredação e desacato

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