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Estudante é morta a mando de comerciante que tinha caso com namorado dela

Uma jovem estudante que estava desaparecida há quase duas semanas foi achada morta em Extrema (MG) na noite da terça-feira (3). A polícia acredita que Larissa Gonçalves de Souza, 21 anos, foi morta a mando de um comerciante que estaria envolvido com o namorado da jovem.

A participação do namorado no crime ainda é investigada. A morte de Larissa foi encomendada por R$ 1 mil e motivada por ciúmes que o comerciante José Roberto Freire, de 35 anos, sentia da estudante, afirma a polícia.

O corpo da jovem foi achado na Serra do Lopo, ponto turístico da cidade, jogado de uma ribanceira de cerca de 30 metros. Um caseiro de um sítio próximo encontrou o corpo já em estado de decomposição depois de sentir um cheiro muito forte vindo do local.

A Polícia Civil acredita que Larissa foi morta com requintes de crueldade. Ela estava com o corpo amarrado. Os punhos estavam amarrados aos tornozelos com fios elétricos. Pelos sinais, tudo indica que ela foi amarrada em vida. A cabeça foi toda envolta com uma fita adesiva e o corpo foi encontrado dentro de uma sacola de transporte. Ela apresentava várias manchas roxas pelo corpo, tinha fraturas na mandíbula em dois locais e também fratura no osso do pescoço, o que sinaliza que pode ter havido um estrangulamento, contou ao G1 a legista Tatiana de Matos. 

A polícia ainda não sabe precisar como a jovem foi morta, porque a avaliação técnica foi complicada pelas condições que o corpo foi achado. Como a cabeça estava envolta em fita adesiva, eu não tinha elementos técnicos para dizer se a morte se deu pela asfixia por obstrução das vias áreas pela fita adesiva ou se ela morreu pelo estrangulamento, acrescenta a legista.

Comerciante afirmou em depoimento que jovem sabia e participou de crime (Foto: )

Prisão

O namorado da jovem, Lucas Gameiro, foi preso depois do depoimento do comerciante, que também já está preso. Segundo o delegado Valdemar Lídio Gomes Pinto, uma testemunha confirmou que os dois homens tinham uma relação amorosa.

O comerciante confessou o crime e afirmou que Lucas sabia de tudo. Segundo o que está preso (o comerciante), ele (namorado) tem envolvimento no fato sim. O envolvimento dele é que ele teria dado a ideia do sequestro e a morte. São declarações (do comerciante). Agora nós vamos tomar as declarações (do namorado) e procurar outros meios de prova para certificar dessa realidade ou não, diz.

O delegado disse ainda que o comerciante afirmou que foi o namorado quem deu dinheiro para pagar um casal de São Paulo para cometer o crime. Segundo ele, foi o namorado quem deu o dinheiro para o pagamento ao casal. Ele (namorado) não queria que se tornasse pública a condição de homossexual dele.

Segundo a PM, quando Larissa chegou ao terminal rodoviária de Extrema no dia 23 de outubro foi abordada por um casal. O homem parecia estar armado e rendeu a vítima, que foi colocada no banco de trás do próprio carro. Em seguida, saíram todos juntos no veículo, que foi encontrado próximo a um ponto de ônibus com a chave na ignição. Desde então, Larissa não foi mais vista.

O casal que matou a estudante teria sido contratado em São Paulo por um garoto de programa, a pedido do comerciante José Roberto. Eles já sabiam a rotina da Larissa. Depois que ela chegou (na rodoviária), eles já a abordaram e seguiram em direção à casa (do comerciante). Ela foi morta na casa dele. Depois, eles enrolaram o corpo e desovaram, afirma o delegado.

Os pais de Larissa não acreditam na participação de Lucas no crime. Neste momento pra mim (o namorado) não tem participação. Até que se prove o contrário ele é inocente. O delegado disse que pediu a prisão preventiva dele, mas não sabemos o porquê. Seria uma decepção total porque ele participava diretamente com a minha família, mas eu não acredito nisso, eu não acredito, disse o pai de Larissa, Luís Carlos Gonçalves de Souza.

A mãe de Larissa também não crê nessa versão. Diz ainda que se a filha tivesse descoberto que o namorado tinha um envolvimento homossexual com o comerciante teria compartilhado com a mãe. Isso não, porque ela teria me falado, ela era muito confidente comigo, disse a mãe Maria Nicéia de Oliveira Souza.

A população de Extrema, revoltada com o crime, ateou fogo à loja de roupas do comerciante. Lucas, que também é modelo, trabalhava com José Roberto. Depois do desaparecimento da universitária, a loja dele chegou a postar nas redes sociais uma mensagem de solidariedade.

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