Publicado em 02/07/2014 às 14:45, Atualizado em 26/10/2016 às 10:04

Facebook será investigado por estudo de manipulação de emoções

Órgão britânico quer saber se pesquisa que manipulou feeds de usuários para avaliar alterações de comportamento violou leis.

, G1

Autoridades britânicas estão investigando se o Facebook violou leis de proteção de dados ao realizar um estudo psicológico sobre usuários sem o consentimento deles.

No teste, o Facebook manipulou o feed de notícias de quase 700 mil internautas para controlar as emoções às quais eram expostos.

O Escritório do Comissário de Informações (ICO, na sigla em inglês), órgão responsável por garantir a privacidade de informações sobre os cidadãos do país, informou que pretende questionar o Facebook sobre o estudo.

A empresa disse que garantiu proteção apropriada para as informação das pessoas.

Responderemos com prazer às dúvidas que os reguladores possam ter, disse o diretor do Facebook na Europa, Richard Allen.

A sede europeia da empresa fica em Dublin, na Irlanda.

De acordo com os jornais Financial Times e The Register, o ICO disse que entraria em contato com o órgão irlandês de proteção de dados sobre a questão.

Teste emocionalA pesquisa foi realizada em colaboração com as universidades de Cornell e da Califórnia, em São Francisco. O experimento durou uma semana em 2012 e as cobaias foram 689 mil usuários da rede.

De acordo com o relatório sobre o estudo, a experiência manipulou o quanto as pessoas foram expostas a diferentes emoções em seu feed de notícias.

O estudo descobriu que quanto mais histórias negativas os usuários recebiam, mas propensos ficavam a escrever um post negativo, e vice-versa.

A pesquisa foi feita para avaliar se a exposição a diferentes emoções levava os internautas a mudar seus próprios comportamentos de postagem.

O estudo foi criticado duramente por ter sido realizado sem o conhecimento ou aval dos usuários.

Melhorar processosO Facebook defende a pesquisa e afirma que não houve coleta desnecessária de dados pessoais.

Nenhum dos dados utilizados foi associado com o relato de uma conta específica no Facebook, disse a rede social.

Está claro que as pessoas ficaram chateadas e assumimos a responsabilidade por isso, disse Allen.

Estamos melhorando nossos processos com base nessas opiniões.

Um dos autores do estudo, Adam Kramer, também do Facebook, admitiu que a empresa não expressou claramente suas intenções ao fazer a pesquisa.

Posso entender a razão por que algumas pessoas estão preocupadas. Eu e os outros coautores lamentamos a forma como o experimento foi descrito e qualquer ansiedade causada por ele.